Só Notícia Boa
Comercial

Café emprega autistas e portadores de deficiências

Rinaldo de Oliveira
10 / 09 / 2015 às 00 : 00
|
|


Fotos: BBC 

Uma família abriu um café que está quebrando o estigma e combatendo o preconceito ao empregar pessoas com deficiência.
É uma casa diferente: tem dez garçons autistas, treina jovens com Síndrome de Down, tem uma jovem mulher com paralisia cerebral e um assistente de cozinha autista. Todos trabalham de verdade!
O Puzzle Café, – nome dado porque o símbolo internacional do autismo é uma peça de quebra-cabeça – fica nas Filipinas.
A casa foi aberta pela família do jovem autista Jose Canoy, para ajudar o filho e acabou ajudando várias pessoas com necessidades especiais a se integrarem.

Comercial

O local foi inaugurado em abril para coincidir com o mês de conscientização do autismo nas Filipinas.
Na aparência, é um restaurante bacana como qualquer outro, colorido, com móveis modernos e piso de cimento. 

Em uma prateleira, encontram-se geleias importadas e risotos embalados, e em outra, há pulseiras e chaveiros feitas por pessoas com autismo.

Talvez por isso, muitos clientes nem percebem que a maioria dos funcionários é autista, diz Ysabella, irmã de José, que administra o café no dia-a-dia.

Diferencial
Com a ajuda de Josephine de Jesus, uma terapeuta da fala especialista em crianças autistas, o café tem uma série de roteiros e cartilhas para explicar cada atividade para os funcionários – desde a distância que precisam ficar ao cumprimentar um funcionário até instruções para fazer waffles, incluindo ilustrações com fotos.

Uma fonoaudióloga trabalha voluntariamente no café porque acha o local bom para praticarem suas tarefas diárias de uma maneira menos monótona do que em uma clínica. “Existem situações que não conseguimos replicar na terapia”, diz.

História
Jose Canoy (foto acima com a mãe) tinha 12 anos quando a sua família percebeu que ele jamais seria capaz de conseguir boas notas na escola.

A família entendeu que, diferentemente de outras crianças da mesma idade, Jose, que é autista, nunca seria capaz de fazer um trabalho de história ou de memorizar os planetas do Sistema Solar. O cérebro dele simplesmente não funcionava daquela maneira.

A mãe de Jose, Girlie, sempre tratou o autismo do filho de forma positiva e diz que o menino aproximou a família ainda mais.

Quando o autismo de Jose foi confirmado, ela não ficou frustrada, embora conte que os amigos sempre a olhavam com pena quando contava a novidade.

“Está tudo bem, não me sinto mal, mas para mim ele é igual aos outros, apenas mais dos meus filhos”, ela respondia.

Futuro
O que deixava Girlie preocupada era o futuro de Jose, que hoje tem 22 anos, porque, naquela época, as opções para crianças com autismo nas Filipinas eram muito limitadas.

Foi isso que levou a família a abrir um café. Girlie deixou o negócio nas mãos dos seis filhos, incluindo Jose, que é dono, mas também trabalha de garçom algumas vezes por semana.

Outros autistas
Inspirada pela mudança positiva que viram em Jose quando ele começou a aprender tarefas práticas, a família decidiu empregar outras pessoas com autismo.

Às vezes, segundo Ysabella, há quem se irrite com a dificuldade de se comunicar com os garçons, mas é justamente esta interação que possibilita mudanças na percepção que as pessoas têm sobre o autismo, e que ressalta o que as pessoas autistas são capazes de fazer.

Jose vê o trabalho no café como um desafio – e a intenção é exatamente esta.

Ysabella ajuda o irmão a escrever a receita do suco de limão filipino, o típico kalamansi, e pede que receba os clientes da melhor maneira possível, apertando as mãos e dizendo “obrigado”.

Jose pede ajuda quando se sente ansioso.

 

Quando perguntado sobre como se sente a respeito do trabalho no Puzzle Café, ele responde sem hesitar: “Feliz. Me sinto feliz!”

Com informações da BBC

Comercial
Notícias Relacionadas
Comercial
Últimas Notícias
Comercial
Mais Lidas
Comercial
Mais Notícia Boa
Comercial