O anjo que impulsionou a caravana do bem: Boas Ações SNB

Por Patrick Saint Martin, para o SóNotíciaBoa.
Ajudar pessoas traz bons sentimentos, boas sensações. Uns vão até orfanatos, clínicas, hospitais… mas e quando a boa ação vem das ruas?
Começa hoje a série “Boas Ações SNB”, que vai mostrar histórias de boas iniciativas feitas com amor por gente desconhecida, para pessoas diferentes. (primeiro vídeo abaixo)
Era véspera de Dia das Mães, em 2012. Cristiane estaciona seu carro próximo ao shopping Pátio Brasil, no centro de Brasília, para comprar um presente.
Como de costume, aparece um homem para cuidar de seu carro, o que desta vez, lhe dá medo. O que Cristiane não sabia é que aquele encontro mudaria a vida de ambos.
“Qual seu nome?”, pergunta ela, para sentir-se mais segura.
“Marcelo”, responde.
“Olha, vou comprar um presente ali no shopping e já volto”, falou se apressando.
“Ei, moça, amanhã é Dia das Mães, né? Compra uma presente para minha mãe?”.
A pergunta surpreendeu a moça. Após comprar o presente da mãe, Cristiane volta para o carro com sacolas na mão. Ela mexe em uma delas.
“Marcelo, comprei o presente para sua mãe”, diz ela estendendo o braço com um hidratante nas mãos.
O ato fez Marcelo cair em lágrimas. “Há tempos não me chamavam pelo nome e estou sentindo muita falta da minha mãe”, disse ele.
A partir dali, Cristiane de Paula Batista percebeu que poderia fazer mais. Por mais pessoas.
Foi anjo Marcelo quem mostrou os primeiros truques à ela de como iniciar um projeto para moradores de rua.
Ela e sua amiga Carla já haviam participado de outros existentes, mas não gostaram de como era feita a abordagem.
Marcelo então apresentou dois amigos às duas, que ensinaram como se aproximar deles. Começava ali a caravana do bem.
Caravana Vicente de Paulo
Hoje, elas coordenam a Caravana Vicente de Paulo, que acontece uma vez ao mês – todo primeiro sábado – no centro de Brasília.
“Eles não confiam em qualquer pessoa, nós não nos uniformizamos justamente por isso, para não assustar”, afirma Cristiane.
O início da Caravana foi difícil para o grupo, que já ganhava adeptos. A ideia então foi usar um deles para tentar se aproximar.
“No começo levávamos o Marcelo para ele nos apresentar aos outros, ganhar a confiança deles. Hoje levamos um pão recheado com carne de soja, camisinha e doce, para as crianças. Elas só aceitam doce, são as mais arredias”.
Neste trajeto, Cristiane conta que já viu de tudo. “Cenas de sexo explícito, metralhadora que era da polícia, perseguição policial…mas já aconteceram coisas bonitas, cheguei a evitar um assassinato, por exemplo. Nós entramos de fato na área do crack”.
Elas souberam pouco tempo depois que o Marcelo, que as ajudou, foi sido assassinado na rua. Logo ele, o instrumento que ajudou nos primeiros passos do projeto…
Mas partida do anjo foi mais um motivo para fortalecer o trabalho humanitário.
Dia das doações
A Caravana monta sua estrutura no Setor Comercial Sul, área conhecida por grande número de usuários de drogas em Brasília.
Um grupo menor sai desde uma das principais avenidas da capital até o local combinado avisando os moradores de rua no caminho.
Hoje são entre 7kg e 10kg de comida vegetariana mais peças de roupa, sapatos, bolsas, boné, roupas íntimas são aceitos, mas em bom estado.
Tudo é separado por tamanho e exposto para que os moradores de rua possam escolher. Não é delimitado um número de peças por pessoa, eles podem pegar quantas quiserem, desde que não exagerem.
É servido um jantar – com comida à vontade -, muita música que, segundo Cristiane, “tragam dias melhores”.
“A maioria prefere as músicas de cunho religioso, mas tocamos Renato Russo, Beatles para que leve uma mensagem de esperança”.
O projeto completa 4 anos no próximo mês de maio e leva cerca de 300 marmitas por ação. Qualquer um pode participar.
Bráulio Almeida de Sousa (28), que participa do projeto há mais de 2 anos, conversou com repórter Guilherme Carvalho, do Boas Ações SNB, durante as comemorações do Dia Mundial de Boas Ações em Brasília.
Olha aí:
Da redação do SóNotíciaBoa

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