Elas fugiram da violência e construíram a Cidade das Mulheres

Que exemplo de força! Mulheres vítimas de diversos tipos de abuso se uniram e decidiram mudar o rumo de suas vidas. Com as próprias mãos elas começaram a construir suas casas, há 10 anos.
Todas deixaram os vilarejos onde viviam e criaram a Cidade das Mulheres, na Colômbia, país castigado por conflitos há mais de 50 anos.
“Muitas foram estupradas, outras inclusive haviam sofrido abusos e ficaram grávidas por causa dessas violações, outras nunca puderam voltar a ter filhos, outras nunca puderam voltar a ter relações sexuais harmoniosas nem agradáveis nem com prazer. A guerra acabou com a sexualidade das mulheres”, disse afirma Patricia Guerrero, uma advogada que hoje ajuda essas mulheres.
Vida nova
As casas de tijolo cinza têm um ou dois andares. São 98: algumas por pintar, outras já coloridas – muitas vermelhas, amarelas ou azuis, as cores da bandeira da Colômbia.
As casas de tijolo cinza foram erguidas ao longos de ruas estreitas com flores e árvores, em um subúrbio do município de Turbado, cerca de 20 quilômetros ao sul da turística Cartagena.
Essas casas são o orgulho de suas donas, suas construtoras, as habitantes deste bairro.
“Nos capacitamos em autoconstrução, em dobrar ferro e nós mesmas trabalhamos nas nossas casas”, disse à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC, Everlides Almanza, de 59 anos.
“Colocaram dificuldades, [disseram] que não éramos capazes, mas provamos que sim, éramos capazes e estas casas foram feitas por nós.”
Elas pertencem à Liga de Mulheres Deslocadas (LMD), uma organização de vítimas que nasceu há cinco anos.
Novas gerações
Nayeli Paola González Berrío, de 14 anos, vive com a avó na Cidade das Mulheres e faz parte da nova geração que está sendo criada longe da violência.
A menina cresceu em um ambiente em que se valorizam e promovem os direitos da mulheres.
“Acho que é mais fácil, porque a gente não teve que passar por tudo que elas passaram”, reflete a menina. “É muito diferente e agradeço a elas por ofereceremos uma vida melhor e uma vida digna.”
Nayelis segue os passos de sua avó. É a coordenadora do grupo de jovens da LMD. A ideia é que essas novas gerações continuem o trabalho iniciado por suas mães e avós.
Algo crucial é que os meninos que crescem na Cidade das Mulheres também desenvolvem uma perspectiva do mundo mais equilibrada, acostumados a ver suas mães, suas avós, como chefes de família.
Futuro
“Já não somos vítimas do deslocamento forçado, mas sim podemos ser as mulheres que vão mudar esse momento, mulheres políticas, para emergir, para chegar a um conselho ou, por que não, ocupar postos na prefeitura.”
Ou até mais, dizem algumas. Se não forem elas, serão suas filhas ou netas.
Com informações da BBC

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