Para alguns especialistas, há uma possível ligação com inflamações em certos vasos sanguíneos. Mas os autores do estudo da Novartis argumentam que este link jamais tinha sido comprovado em humanos.
“Pela primeira vez conseguimos mostrar que a redução de inflamações, independentemente do colesterol, reduz o risco cardiovascular. É um marco em uma longa jornada”, diz Paul Ridker, da escola de medicina de Harvard e principal autor do estudo.
Ridker diz que o experimento terá amplos desdobramentos no que chama de “terceira era da cardiologia preventiva”.
“Na primeira, reconhecemos a importância de uma dieta e de não fumar. Na segunda, vimos o incrível valor de drogas como as estatinas. Agora, estamos abrindo a porta para uma terceira”, afirma.
O médico diz ainda que os estudos mostraram a possibilidade de retardar o avanço de determinados tipos de câncer, mas que são necessárias mais pesquisas.
Preço
O diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Stanford, Robert Harrington, fez um alerta em um editorial publicado na revista especializada New England Journal of Medicine.
Para ele, os efeitos dos anti-inflamatórios podem ser “modestos”, e os benefícios clínicos do canaquinumabe “não justificam seu uso no dia a dia até que se saiba mais sobre eficácia e efeitos colaterais”.
Harrington também fez alusão ao preço do medicamento – um ano de tratamento com o canaquinumabe no Reino Unido, por exemplo, custa o equivalente a mais de R$ 160 mil anuais por paciente, centenas de vezes mais caro que o uso de estatinas.
Com informações da BBC