Mais da metade do povo Brasiliense malha. Por isso, o Distrito Federal é a única unidade da federação que foge da curva na prática de atividade física.
Quem diz isso é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Este é um dos motivos que fazem do DF a unidade com o maior índice de desenvolvimento humano do país, IDHM.
De acordo com estudo do PNUD 37,9% dos brasileiros se envolveram com a prática de algum esporte pelo menos uma vez em 2015.
Já no Distrito Federal chegou a 50,4%, ou seja, metade da população afirmou que se envolveu com exercícios físicos no último ano.
A Organização das Nações Unidas (ONU), diz que este um dos vários sintomas da desigualdade social que pauta a vida no Brasil.
Renda e Exercício
Entre aqueles cuja renda é igual ou superior a 5 salários mínimos, a proporção sobe para 60% — esse grupo pratica esportes 71% mais do que a média dos adultos no Brasil.
A proporção é de 56,7% para quem tem ensino superior completo e é de 17% entre aqueles que não têm instrução formal.
Segundo o PNUD, a liberdade para a prática de exercícios físicos depende de três fatores: tempo livre, recursos financeiros e valor cultural da atividade física para a comunidade em que o indivíduo está inserido.
Sem tempo, recursos ou valores que incentivem a prática de atividades físicas, a chance de uma pessoa se envolver com esse tipo de prática é menor.
“Os dados analisados reforçam a compreensão de que realizar atividades físicas não se restringe somente a uma decisão individual, mas é também produto de como a sociedade pauta a vida coletiva”, pondera o estudo, divulgado na semana passada.
Em outros termos: de nada adianta fazer campanhas que incentivem a prática esportiva “sem criar oportunidades efetivas para as pessoas se engajarem com as práticas, nem enfrentar os condicionantes sociais que limitam o envolvimento”, diz o estudo.
O que precisa mudar?
De acordo com o estudo, há uma alta “alta concentração do investimento privado” na promoção das atividades físicas no Brasil — o que corrobora para a desigualdade.
Em 2013, as famílias investiram 51 bilhões de reais em esporte.
No mesmo ano, os clubes investiram 4 bilhões de reais e as empresas, 2,13 bilhões de reais.
O governo federal, em contrapartida, financiou apenas 590 milhões de reais no setor.
“As políticas de promoção de atividades físicas e esportivas não podem estar focadas somente na responsabilização individual e na mudança de comportamento. Diversas condições estruturais causam impacto nessa prática. Assim, as políticas devem corrigir desigualdades, bem como pensar em soluções sistêmicas, com ênfase na participação e no controle social”, diz o texto.
Veja a lista:
Fonte: PNUD
Com informações da Superinteressante