Ela deu à luz em coma e comemora 1º Dia das Mães

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Por Só Notícia Boa
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Angela Primachenko e a filha - Foto: reprodução / Instagram

Uma mulher que sofreu um acidente grave quando estava grávida e deu à luz em coma, comemora seu primeiro Dia das Mães.

É a paranaense Kezia Fernanda Lemes de Mira, de 24 anos. Ela passará este domingo, 13, ao lado do filho Miguel, de seis meses.

Casada com Clodoaldo dos Santos Mira, de 30 anos, há sete anos Kesia engravidou depois de um distúrbio de tireóide.

“Precisei ficar um ano sem tomar o anticoncepcional. Nesse período, acabei engravidando. Foi uma alegria imensa quando descobrimos”, disse ao G1.

Com gravidez de risco, ela viajava todo mês de Arapoti, onde sempre morou, para Ponta Grossa, também no Paraná. Lá ela recebia o acompanhamento médico que precisava no Hospital Universitário dos Campos Gerais.

O acidente

Mas durante a viagem, no sétimo mês da gestação, o carro em que ela estava foi atingido por um caminhão na PR-151, no trevo que dá acesso à Avenida Monteiro Lobato, em Ponta Grossa.

No acidente, ela perdeu o pai e a mãe, que a acompanhavam na viagem.

Um caminhão bateu no lado do carro em que os pais de Kezia – Cícero Guimarães de Lemes e Ilete de Andrade Lemes, de 52 anos – estavam. O casal, junto havia mais de 30 anos, morreu na hora. A jovem e um amigo da família foram levados ao hospital em estado grave.

Cesárea de emergência

Kezia chegou ao hospital com traumatismo craniano, com risco de morte. O obstetra Severino Orsatto Junior, que acompanhou dela desde o começo, conta que a paciente foi levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) assim que chegou.

“Como não teve uma situação de exigência ao nascimento imediato, havia a necessidade da manutenção da gestação para preparar o bebê para as melhores condições possíveis”, relata.

Foi, então, que a equipe médica conseguiu estabilizar a gestante, através do coma induzido. Foram três dias na UTI até que as complicações que exigiam o nascimento de Miguel começassem. Kezia estava na 32ª semana de gestação.

“Como estava internada havia três dias, poderia ser a qualquer momento. Aí, interrompemos [a gravidez] imediatamente”, lembra. O parto foi rápido.

O nascimento

Miguel, ao nascer, teve em uma parada cardiorrespiratória, mas foi reanimado e levado para a UTI Neonatal, onde conseguiu se recuperar bem nas semanas seguintes.

Para o obstetra, o caso de Kezia é inspirador para a carreira de qualquer profissional da saúde.

“São casos que fazem com que a gente sempre tenha interesse em investir tudo o que for possível para que o resultado seja sempre o melhor”, acredita.

Depois do parto, a paranaense foi melhorando e saiu do coma em 6 de novembro. Foi, então, que a enfermeira obstetra Regiane Hoeldtke, que também acompanhou toda internação de Kezia, decidiu que era a hora de mãe e filho se conhecerem.

Regiane conta que a melhora da mãe depois de ficar com o filho foi surpreendente.

Kezia, apesar de ainda estar sob efeito dos remédios, revela que o primeiro contato com Miguel foi de muita emoção.

“Lembro do meu marido me empurrando, de cadeira de rodas, até o berçário. A enfermeira colocou o Miguel no meu colo e os meus braços amoleceram. Sentir o cheirinho da cabecinha dele foi bom demais”, lembra.

Quando deixou o hospital de vez, no dia 12 de novembro, a jovem soube da morte dos pais pelo irmão.

“A ficha foi caindo aos poucos. Tenho muita saudade. Eles estavam tão contentes com a chegada do primeiro neto. Mas, de qualquer forma, tenho certeza que eles estão felizes em ver a nossa família bem”, revela.

Miguel foi para casa no dia 1º de dezembro. Ele precisou ficar mais tempo no hospital para ganhar peso e ficar totalmente recuperado. Desde que o bebê chegou, Kezia conta que a vida da família tem sido completa.

“Esses seis meses têm sido maravilhosos. Difíceis, mas maravilhosos. O que eu tiro de tudo isso é que a gente deve aproveitar todo o tempo que temos com quem a gente ama”, acredita.

Kezia, Miguel e Clodoaldo - Foto: Kezia Fernanda Lemes de Mira/Arquivo pessoal

Kezia, Miguel e Clodoaldo – Foto: Kezia Fernanda Lemes de Mira/Arquivo pessoal

Com informações do G1