Não deu no futebol, mas o Brasil trouxe o bronze na Copa do Mundo de Física, também na Rússia.
“Infelizmente a Seleção Brasileira de Futebol foi eliminada pela Bélgica. Mas na Física, eliminamos Rússia, Polônia, Ucrânia, Croácia e muitas outras até chegar à grande final da Copa do Mundo de Física!”, comemoram os alunos na página do IPT Brasil no Facebook.
Tem que valorizar esses garotos! Pela primeira vez na história estudantes brasileiros venceram o IPT, International Physicists’ Tournament 2018.
Os alunos são da UFABC, em São Paulo. Com a premiação feita em abril, eles agora estão classificados para a disputa do ano que vem na Suíça.
O IPT é uma competição que reúne estudantes de graduação e mestrado em física do mundo todo. Os alunos competem entre si por meio de provas e desafios que envolvem a resolução de problemas da área.
Neste ano, o campeonato chegou à sua 10ª edição e marcou a segunda participação do Brasil – a estreia do país aconteceu em 2017, juntamente com a ida da equipe da UFABC à Suécia. Naquele ano, o time ficou em 11º lugar na classificação geral e em 1º lugar nas Américas.
Nesse segundo ano a equipe que participou e trouxe o bronze foi composta pelos estudantes de engenharia Gustavo Saraiva e Ricardo Gitti, os graduandos em física André Juan e Matheus Pessôa e os mestrandos em física Andrius Dominiqui, Lucas Maia e Lucas Tonetto – liderada pelo mestre Henrique Ferreira.
“A [equipe da] Suíça apresentou um alto-falante sem partes móveis, a da França analisou o som que uma porca (ferramenta) faz ao ser girada dentro de um balão e nós apresentamos um buraco negro super sônico”, disse Matheus Pessôa, de 20 anos, um dos estudantes vencedores, em entrevista ao SóNotíciaBoa.
“Além disso recebemos a confirmação da publicação de um dos nossos trabalhos numa revista internacional, a Emergent Scientist, sobre um método de estudar a composição e homogeneidade de um sistema composto por chá e mel utilizando a difração da luz”, revelou.
Vaquinha
Para viajar e participar da competição a equipe da UFABC fez uma vaquinha online para arrecadar dinheiro.
Os alunos precisavam de 30 mil reais e conseguiram menos da metade. Mesmo assim, foram para a disputa.
“No ano que vem não queremos depender mais de vaquinha… seria legal sermos patrocinados”, disse Matheus.
“Mesmo com o baixo investimento que tivemos, conseguimos chegar longe. Infelizmente, a Ciência no Brasil não é tratada como investimento, e sim, como um gasto, mas mesmo assim a busca por conhecimento nos leva a sonhar mais alto e a conseguir grandes feitos. Uma nação é feita disso”.
“Todos os nossos esforços foram recompensados na final histórica contra Suíça e França, duas grandes participantes do torneio”.
“Ao pensarem no Brasil, também pensem na Física” e em tudo o que nós somos capazes de fazer– independentemente de tudo”, disse a equipe na cerimônia de encerramento do evento.
Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa