O que é notícia boa? O Google não sabe! E você?

-
Por Só Notícia Boa
Imagem de capa para O que é notícia boa? O Google não sabe! E você?
O que é notícia boa? - Foto: pixabay

O Google não sabe definir o que é notícia boa. Digita lá na busca pra você ver! Ou aparece o link para o nosso portal – SóNotíciaBoa.com.br – ou mostra apenas a definição do que é “notícia”… não notícia boa.

O Assistente do Google por voz também não entende as perguntas: “o que é notícia boa” e “o que significa notícia boa”. Em alguns casos responde: “notícia feliz, novidade fortunosa”.

A gente explica melhor: notícia boa é informação positiva, são acontecimentos bons, recentes, que fazem a gente ter esperança, emocionam e provocam sentimento de alívio e felicidade.

Exemplos de notícia boa

“Notícia boa é tudo aquilo que pode melhorar a vida das pessoas: um avanço científico, uma descoberta de um remédio, ou tratamento para uma doença, uma solução encontrada por uma comunidade pra resolver um problema antigo sem precisar às vezes do poder público e esses exemplos podem servir de inspiração para outras comunidades”, analisa a jornalista Cristina Serra, ex-correspondente internacional e repórter de política em Brasília.

As chamadas “good news”, em inglês, vão além: reportagens de gente que salva, ajuda, perdoa, respeita, preserva, ensina, aprende, se supera, se reinventa são notícia boa.

Manifestações pela paz, pela vida, pelo amor, pela liberdade, pelo respeito às diferenças também são notícia boa.

Casos de superação, boas ações, atos de doação, honestidade, altruísmo, compaixão, bondade, educação, generosidade e gentileza são outros exemplos.

Recarrega as baterias

Notícia boa traz esperança, diz o psicólogo clínico de orientação Junguiana, Alberto Carvalho, que tem mestrado pela UnB.

“A frequência vibratória da notícia boa muda o nosso estado imediatamente. Da mesma forma como a meditação e técnicas de respiração podem ajudar numa mudança de estado – pessoa muito ansiosa, mal humorada, irritada – uma notícia boa também vai ajudar nessa mudança de estado, vai favorecer, ao contrário de notícias ruins”, lembra Alberto Carvalho.

Ele explica que a notícia boa deixa o ser humano mais forte, psicologicamente falando, para enfrentar o dia a dia.

“A notícia boa recarrega as nossas baterias. Acho que nós somos muito resilientes porque a gente está o tempo inteiro sendo inundado por notícia ruis, mas uma notícia boa, ah, é como se fizesse a gente subir à superfície pegar ar pra mergulhar de novo”.

Falta de equilíbrio

Mas qual o motivo de tanta notícia ruim na mídia? A jornalista Cristina Serra tem uma boa explicação:

“A imprensa de uma maneira geral é muito boa pra descobrir notícia ruim, mas ela não tem, às vezes, o mesmo empenho para encontrar uma notícia boa”, conta.

Ela acredita que existe uma falta equilíbrio, não só na imprensa brasileira, que dá muito mais notícias ruins do que boas.

“É um papel importante, fundamental, apontar problemas para que se encontrem soluções, mas também tem muita notícia boa por ai que pode ser noticiada e que, às vezes, a imprensa não vê, não dá a devida atenção, talvez por esse desequilíbrio do olhar, de enxergar mais o problema e menos a solução e, portanto, noticiar menos a solução, noticiar menos a notícia boa”, analisa.

Motivo

Por que tem mais noticia ruim do que notícia boa na mídia, se o jornalismo conta o que acontece com as pessoas e a maioria delas é boa?

É fácil compreender, inclusive o motivo de a definição de notícia boa não aparecer no Google e na cabeça de muitas pessoas.

É que o conceito de notícia boa é relativamente novo no mercado jornalístico.

É antiga a ideia de que notícia envolve apenas tragédia, drama, catástrofe, acidente, violência, morte, leis e informações oficiais de governantes.

Esse pensamento vem desde a época em que as pessoas não sabiam ler e recebiam notícias por mensageiros, em discursos feitos em praça pública, como explica o professor de História Rafael Resende, de Brasília:

“Dos mais antigos, o povo egípcio recebia a informação dos mensageiros, que liam as leis e decisões dos faraós para a população. Isso data de século XX antes de Cristo”, conta.

“Já o primeiro “jornal” teria sido criado em 59 a.C (antes de Cristo) na Roma Antiga. Ele se chamava Acta Diurna e foi inventado para divulgar conquistas e expansões realizadas pelo então imperador Júlio Cesar”, lembra o professor.

Já a imprensa, com a máquina de impressão tipográfica inventada pelo alemão Johan Gutenberg, só nasceu no século XV, mais precisamente na década de 1430 – 70 anos antes do descobrimento do Brasil – e permaneceu com os mesmo valores de noticiar os problemas, os perigos, os desmandos, muitas vezes para orientar e previnir a população.

Notícia boa faz bem

Mas é fato também que notícia boa existe e faz bem às pessoas.

“Pra mim a notícia boa é aquela que faz me sentir melhor, me faz voltar a ter esperança, que cria um contraponto àquelas coisas negativas e que cria essa sensação de alívio, de alegria, meio que temporária, mas que também aponta pra frente, para um futuro”, diz o psicólogo Alberto Carvalho.

Além de esperança, a jornalista Luisa Borges, de São Paulo, diz que a notícia boa é revolucionária.

“Noticia boa traz paz, sorriso e esperança. Ela melhora o sistema imunológico, porque reacende a fé e a confiança. É como um bálsamo, que acalma e reanima, porque vem carregada de energias positivas capazes de restabelecer ou mesmo, mudar caminhos e direções”, analisa.

Que tal então um equilíbrio entre notícias ruins e boas na mídia?

“Acho que a gente deve buscar esse equilíbrio porque notícia boa ajuda muita gente”, acredita a jornalista Cristina Serra.

Sim, ajuda formar cidadãos melhores, gentis, honestos, educados, altruístas… Pessoas que leem reportagens de honestidade, boas ações, superação e criatividade em algum momento pensam: “puxa, eu também posso fazer isso”.

A notícia boa inspira!

Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa