Flores: resposta brasileira à xenofobia em universidade de Portugal

Alunos brasileiros deram uma resposta elegante e educada contra uma cena de xenofobia – aversão a pessoas ou coisas estrangeiras – na Universidade de Lisboa.
Eles entregaram flores, depois que foi instalada uma caixa oferecendo pedras para serem atiradas nos “zucas”, maneira pejorativa como são chamados os brasileiros. Os estudantes portugueses estariam descontentes por brasileiros ocuparem vagas de mestrado enquanto portugueses não se classificam.
O protesto pacífico dos brasileiros foi nesta quinta, dia 2. Cerca de 70 alunos se reuniram com cartazes contra a xenofobia e entregaram flores na Faculdade de Direito.
Flora Almeida, aluna de mestrado na Faculdade de Direito, disse que o protesto foi tranquilo e que teve apoio de alguns portugueses também.
“Foi supertranquilo. Alguns portugueses estavam junto. Nas redes sociais é que temos sofrido alguns ataques, mas uma minoria também”.
Piada de mau gosto
O grupo “Os marretas”, que organizou o protesto contra brasileiros disse em comunicado que a “instalação” com pedras era uma piada.
O grupo alega que sempre faz sátiras relacionadas aos problemas da Faculdade de Direito e que não defende a xenofobia.
Os marretas acreditam que não tenham ultrapassado os limites da liberdade de expressão.
“Ingenuidade nossa considerar que ninguém efetivamente atiraria uma pedra a uma pessoa pela sua nacionalidade na melhor Faculdade de Direito do País. Prezamos pela liberdade de expressão, e no passado dia 29, não ultrapassamos os limites do seu exercício, mas compreendemos, atendendo às medidas desproporcionais que a questão já tomou, à descontextualização e às interpretações errôneas, que tenhamos ferido suscetibilidades. Lamentamos que a interpretação literal da piada tenha levado a um grande desconforto e indignação, ignorando a dor de muitos colegas, deslocados e discriminados todos os dias”, diz um trecho do comunicado.
No comunicado, o grupo de portugueses responsável pelo protesto inicial diz que a intenção não era culpar os brasileiros:
“Se diferentes faculdades atribuem diferentes médias, com base em critérios diferentes, a culpa de os alunos da nossa faculdade não conseguirem aceder aos mestrados da mesma é do processo de seleção em si e nunca de quem se candidata, pelo que nunca houve o intuito de culpabilizar os nossos colegas brasileiros”.
Disputa por vagas
O critério usado para equiparar as notas vindas de outras universidades do mundo e até de Portugal acaba prejudicando os portugueses formados na Faculdade de Direito.
A análise é de Claudio Cardona, aluno e diretor do núcleo de brasileiros da faculdade.
As notas da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa variam de 0 a 20, mas a faculdade trabalha com 17 sendo considerado uma nota muito alta. O equivalente a 9,5 de faculdades brasileiras, por exemplo.
“Se o aluno vem de uma outra faculdade de Portugal, Brasil ou da Europa e EUA, ele vai ter uma nota que pode ser um pouco mais elevada. No caso dos brasileiros, nós multiplicamos o fator por dois. Se eu tirei 10 no Brasil, tirei 20 cá. Se eu chego cá com 10, eu tenho uma nota que nenhum português vai ter nessa faculdade especificamente. Então, no mestrado da faculdade há poucos alunos formados na própria faculdade”, explica Cardona.
Com informações do G1
Espalhe notícia boa nas suas redes sociais. Siga o SNB no Facebook, Twitter, Instagram e Youtube

Na hora H: policial salva mulher que escorregou e caiu no vão do trem; vídeo
Mulher encontra pai desaparecido após anúncio e descobre 11 irmãos
Novo teste de cocô detecta câncer de cólon com 90% de precisão
Cão pastor alemão encontra criança com frio perdida na floresta
5 brasileiros estão ranking dos 100 líderes climáticos mais influentes do mundo, da Time
Calendário 2026 dos Bombeiros de Lisboa vai ajudar crianças com câncer; vídeo
Linkin Park no Brasil; veja setlist, horários e o que esperar dos shows
COP 30: veja os países que já doaram ao Fundo para Financiar Florestas Tropicais
Aberto concurso da Caixa com salário de R$ 15 mil; veja como se inscrever
Cachorrinhos resgatados de casa imunda ganham vida nova e serão cães farejadores da polícia
Prefeito eleito de Nova York, Zohran Mamdani, põe mulheres na transição e exalta imigrantes como ele
Príncipe William tira fotos nos mesmos lugares que Lady Di, no Rio, e reacende saudade