Cientista criou base da vacina da Covid, foi rebaixada e hoje é cotada ao Nobel

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Arquivo Pessoal

As voltas da vida! cientista Katalin Karikó, responsável pela base da vacina da Covid já foi questionada, rejeitada e rebaixada, enfrentou um câncer e agora está sendo cotada para o prêmio Nobel.

A base da vacina da COVID-19, e muitas outras, pode ser associada ao trabalho dessa corajosa imigrante da Hungria que foi morar nos Estados Unidos.

A perseverança e crença de Katalin em seu trabalho levaram a um dos mais importantes desenvolvimentos tecnológicos na pesquisa de vacinas dos últimos tempos.

Hoje ela é a vice-presidente sênior da gigante farmacêutica alemã BioNTech, e seu trabalho recebeu mais de 12 mil citações acadêmicas.

Katalin desenvolveu terapias e vacinas de RNA mensageiro – que é a base de tantos tratamentos que hoje salvam milhares de vidas.

Nobel

Katalin Karikó está agora sendo cotada para um Prêmio Nobel.

Ela e o imunologista Drew Weissman estão na lista juntamente com o famoso intelectual britânico Richard Dawkins e o CEO da Moderna, Derek Rossi.

Este ano, eles já conquistaram o Prêmio Rosenstiel de Trabalho Destacado em Medicina Básica

Desacreditada

Quando Karikó deixou sua terra natal com marido e filho pequeno, ela tinha apenas US $ 1,2 mil guardados, pouco mais de R$ 6 mil, dentro do no ursinho de pelúcia da filha dela.

Após graduar-se Ph.D. em bioquímica pela Universidade de Szeged, seguiu em carreira de pesquisa na Academia de Ciências da Hungria.

Após ser demitida, Karikó foi para os Estados Unidos, depois de receber um convite da Temple University, na Filadélfia, em 1985.

Foi transferida então para a University of Pennsylvania, e começou a passar dificuldades.

Naquela época, a pesquisa de RNA mensageiro era extremamente popular, mas logo depois que ela chegou, o método de usar o material genético de um vírus no corpo humano a duplicar certas proteínas para combater esse vírus era considerado muito radical.

Também era arriscado para conseguir financiamento de pesquisa.

Os pedidos de subsídios fracassados ​​começaram a se acumular na mesa de Karikó, mas ela não se intimidou.

Rebaixada

Dez anos depois de chegar à Filadélfia, ela foi rebaixada de seu cargo na UPenn e foi então diagnosticada com câncer.

“Normalmente, nesse ponto, as pessoas simplesmente pedem demissão e vão embora, porque é horrível”, disse.

“Pensei em ir para outro lugar, ou fazer outra coisa. Também pensei que talvez não fosse boa o suficiente, não fosse inteligente o suficiente.”

Junto com outro imunologista, chamado Drew Weissman, Karikó finalmente recebeu patentes para sua tecnologia de mRNA em 2012.

A Virada

Foi então que conseguiu um emprego na BioNTech, uma empresa alemã fundada também por imigrantes e que tempos depois foi responsável por uma das vacinas contra o novo coronvírus – Pfizer/BioNTech.

Karikó e Weissman, repetidamente subestimados ou rejeitados pelos acadêmicos da Pensilvânia,  associaram seu método de terapia gênica de mRNA com a experiência da Pfizer para criar a vacina que já protegeu milhões de pessoas.

“Por meio de sua pesquisa meticulosa em mRNA – e persistência apesar dos contratempos – Weissman e Karikó estabeleceram as bases para vacinas que salvarão inúmeras vidas”, disse o diretor do Centro Rosenstiel de Pesquisa em Ciências Médicas Básicas.

Em entrevista à CNN , Karikó,  explicou que os prêmios e comemorações chegarão em outro momento, quando a pandemia de fato terminar.

Com informações do GNN