Internautas ajudam professora demitida por responder “de onde vêm os bebês”

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Por Rinaldo de Oliveira
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Indignados com a injustiça, internautas estão ajudando a professora demitida após tirar a dúvida de alunos sobre "de onde vem os bebês"- Fotos: Reprodução

A solidariedade dos internautas é incrível. Na semana passada, a professora Elaine Cosmo, de 38 anos, foi demitida após tirar a dúvida de alguns alunos que perguntaram “de onde vem os bebês?”.

De maneira pedagógica, Elaine explicou e acabou perdendo o emprego por isso, em escola particular de Cerejeiras (RO). Indignados com a injustiça contra a professora, que tem dois filhos para criar e está sem dinheiro, internautas dos quatro cantos do país se uniram para mandar ajuda e carinho para ela: (veja abaixo como ajudar também)

“Elaine toda a minha solidariedade e apoio a você. Uma situação que exprime a fragilidade da nossa profissão e a falta de respeito da nossa população”, escreveu um internauta. “Todo meu apoio à professora. Injustiça o que foi feito”, escreveu outro. Em entrevista ao Só Notícia Boa, Elaine afirmou estar psicologicamente abalada, que nem sai mais de casa, mas afirmou que esse apoio tem lhe ajudado muito.

“Estou recebendo mensagens de muitas pessoas, além de apoio mesmo. Obrigada a todos pelo carinho”, agradeceu.

Como tudo aconteceu

Elaine explica que estava lecionando normalmente no último dia 24 para alunos do 5º ano (com 11 anos de idade, em média). Faltando 10 minutos para o fim da aula na Escola Dimensão, uma das estudantes levantou o assunto.

“Ela falou: ‘perguntei pra minha mãe de onde vêm os bebês e ela disse pra eu perguntar pra senhora’. Na hora, fiquei até meio constrangida, porque a maioria dos alunos já sabe, né, eles têm 10, 11 anos”, contou a pedagoga.

Elaine pediu que, quem já soubesse a resposta, levantasse a mão. A maioria dos estudantes levantou, somente quatro ficaram de fora. Assim, ela começou a explicar e pediu que aqueles que já sabiam permanecessem em silêncio.

“Falei que precisa de um homem e uma mulher. Os dois juntos, maiores de idade, responsáveis e se amando, vão conceber o bebê no ato sexual. Disse que o homem fabrica o espermatozoide e a mulher gera a criança no útero. Que todo mundo já foi espermatozoide um dia”, recorda.

A professora foi embora e, no dia seguinte, uma mãe de aluno ligou por volta das 13h contando que outras mães do 5º ano haviam criado um grupo no WhatsApp, onde estariam “detonando” Elaine e afirmando que ela estava corrompendo a inocência dos filhos.

“As mães fizeram um grupo no Whatsapp e distorceram o acontecido, dizendo que fiz gestos obscenos. Agora na rua sou conhecida como a professora que faz gestos obscenos, estou muito abalada”, lamentou.

Nota da escola

Elaine foi demitida com a justificativa de que “não existe disciplina de reprodução humana” e que o assunto “deveria estar no planejamento pedagógico juntamente com a Equipe Gestora adequada para poder ministrar aulas sobre educação sexual”.

“Diante da proporção do assunto tratado nesta matéria, transmitido também em outros veículos de mídia, a Escola Dimensão, através de sua Diretoria, vem a público esclarecer e informar que, no tocante ao seu desligamento, a versão apresentada pela professora não corresponde em nenhum momento com a realidade dos fatos”, diz a nota da escola, que prossegue:

“Longe disso, ao contrário do afirmado, é fato que a versão da professora foi ouvida pela Equipe Gestora da Escola; também é fato que não existe a disciplina “reprodução humana” no material escolar a ser utilizado pela turma”

“Avigora-se ainda que o desligamento da referida professora não se deu apenas pelo assunto relatado nesta reportagem, posto que, apesar de ser um tópico sensível para nossas crianças, há de ser considerado um planejamento pedagógico juntamente com a Equipe Gestora adequado para poder se ministrar aulas sobre educação sexual”

Apoio dos internautas

Em conversa com a nossa equipe, a professora contou que o trabalho na escola era sua renda principal. Para conseguir manter a casa e os dois filhos menores, ela também faz bicos como manicure.

Além de perder a renda do sustento da família, Eliane disse que está psicologicamente abalada e não tem nem saído de casa.

O caso aconteceu no dia 24 de outubro e desde então, a professora tem tentado receber o que tem de direito. Desempregada e sem qualquer auxílio neste momento, estendemos a mão a ela, para que consiga um valor para manter a casa, até que essa difícil situação se resolva.

Por isso, está aberta a campanha no Só Vaquinha Boa para ajudá-la em casa, com os filhos e até mesmo com os itens de manicure para que possa atender mais clientes.

Você pode apoiar a professora pelo PIX: professora-demitida@sovaquinhaboa.com.br

ou pelo link da campanha clicando aqui.

Obrigado!

 

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