Primeiro paciente da pílula em teste contra o câncer passa bem. Viva a ciência!

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Por Monique de Carvalho
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A pílula em testes ajuda a regenerar células e promete um tratamento menos agressivo contra vários tipos de câncer - Foto: Pixabay

Que notícia boa! O primeiro paciente a receber um novo e promissor medicamento contra o câncer está indo bem. Ele está testando a nova pílula contra tumores mais sólidos e agressivos de câncer de mama, próstata, cérebro, ovário, colo do útero, pele e pulmão.

De acordo com a City of Hope, uma das maiores organizações de pesquisa e tratamento do câncer nos EUA, o remédio, que se mostrou eficaz em estudos pré-clínicos, está sendo testado pela primeira vez em humanos.

O tratamento inibiu o crescimento e a disseminação de uma ampla gama de células cancerígenas humanas. Com os próximos testes seguindo os resultados positivos, logo mais a pílula poderá ser produzida em escala comercial para salvar milhares de vidas em todo o mundo.

“Imagine o câncer como a água enchendo uma banheira. Se não forem controlados, os tumores ou a água acabarão transbordando e danificando outras partes da sua casa. O tratamento que minha equipe da City of Hope criou é semelhante a um proprietário vigilante que fecha a água – impedindo a propagação de tumores para outras partes da casa metafórica – e depois drena a banheira, eliminando o câncer”, disse Vincent Chung, professor e um cos co-autores do ensaio clínico.

“Ao direcionar o PCNA, estamos inibindo a maquinaria complexa para interromper o crescimento e a proliferação celular”, disse.

Como nasceu a terapia menos agressiva

Há 20 anos Linda Malkas, Ph.D. da City of Hope, conheceu o caso da jovem Anna Olivia Healey, que infelizmente não foi capaz de vencer o câncer. Comovida com a luta da jovem, a cientista passou a pesquisar o que seria possível para curar alguns tipos de tumores e desenvolver uma terapia que não fosse tão agressiva.

Linda descobriu que a resposta poderia estar no antígeno nuclear de células em proliferação (PCNA). Esse antígeno desempenha um papel essencial na replicação e reparo das células.

Foi a partir do PCNA que Linda começou a criar uma terapia contra o câncer menos tóxica para células cancerosas mutantes, deixando as células normais em paz.

Com isso, ela desenvolveu o AOH1996 – que também foi batizado de Terapia Anna Olivia Healey. Além de não ser tóxico para células saudáveis, a pílula interrompe a síntese do câncer e leva a um tipo de morte celular conhecido como apoptose nas células cancerígenas.

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Próximos passos

Nos próximos dois anos, a equipe espera que os resultados do teste continue continuem positivos, com segurança, eficácia e dosagem tolerada da pílula, que é licenciada pela City of Hope para a RLL, empresa de biotecnologia co-fundada por Malkas.

A equipe também está procurando mais pacientes com diferentes tipos de tumores e em variados graus de evolução para testar a eficácia da terapia em diversas instâncias.

Com o sucesso da segunda fase, o próximo passo será a comercialização da pílula para pacientes com câncer em todo o mundo.

Parabéns aos cientistas envolvidos. Há séculos a humanidade espera por uma notícia como esta!

Linda estuda o tratamento há 20 anos - Foto: City of Hope

Linda estuda o tratamento contra o câncer há 20 anos – Foto: City of Hope

Com informações de GNN