Brasileira se emociona com amor de idosos que resgata das ruas; “Meus filhos”

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Por Monique de Carvalho
Imagem de capa para Brasileira se emociona com amor de idosos que resgata das ruas; “Meus filhos”
A Flávia abraçou a missão e resgata idosos em situação de vulnerabilidade há quase 2 anos. Ela conta que é difícil, mas não vai desistir. - Fotos: arquivo pessoal

A Francisca Flávia Ferreira, de 45 anos, não esconde o amor e a emoção quando fala dos 34 filhos “adotivos” que ela tem. Essa brasileira abriga idosos que resgata das ruas de Fortaleza, no Ceará, e conta que o cuidado que tem por eles, é o mesmo cuidado de mãe. E a gente não duvida!

Flávia resgatou o primeiro idoso há 2 anos e de lá para cá a missão só aumenta. Antes ela dava todo o suporte e encontrava um local para eles, mas veio a necessidade de cuidar mais de perto, então ela alugou uma casa e passou a dedicar a vida a esses vovôs e vovós que já sofreram tanto.

Apesar de tantas dificuldades que passa para manter o lar “Cuidar Mais” – nome mais que justo – Flávia não desanima e diz que o amor que tem pelos idosos é indiscutível. “Todos são meus filhos. Eu cuido deles com todo amor do mundo”, contou em entrevista ao Só Notícia Boa.

Ajuda que virou missão

A Flávia conta que ideia de começar o projeto surgiu depois que ela precisou ajudar um idoso que estava sem lar e necessitava de um local para viver.

“Com o valor que ele recebia e o estado [de saúde] que ele se encontrava, não havia lar nenhum que o recebia”, lembrou a cuidadora.

Flávia lembra que a situação a deixou muito comovida na época. “Era um idoso que morava só, tinha sofrido espancamento porque assaltaram ele”.

O episódio aconteceu em 2021, exatamente o tempo de atividade da casa, que fica no bairro Canindezinho, na capital cearense.

Ela abraçou a causa e pediu ajuda para amigos, porque sentia que precisava fazer algo por essas pessoas.

“Com muita dificuldade, eu abri a casa. Pedia ajuda a um e a outro. Pedia uma cama, pedia um colchão, panela”, lembra.

Amor materno

Flávia tem um filho, mas ela não hesita em falar que amor dos idosos é algo fora do comum.

“Eu me sinto mãe de todos e até eles me chamam de mãe. Isso é muito emocionante. O mais importante é eu saber que todos estão na minha responsabilidade, após uma vida sofrida. Hoje eles se sentem seguros, acolhidos e amados. Isso para mim é gratificante”, falou emocionada.

Ela explica que alguns não tem família. São idosos que foram encontrados pelas ruas da cidade e sequer tinham a documentação completa.

“Você não tem noção! Quando eu chego no lar eles querem a minha atenção e eu me sinto muito importante para eles”, disse.

A cuidadora explica também que quando precisa ir para a casa dela, os idosos sempre pedem mais atenção e carinho.

“A minha saída tem que ser escondida. Se eles verem eu indo embora, alguns choram, outros perguntam se eu vou voltar e eu saio com o coração partido. É como você sair de casa e deixar um filho seu chorando. É de partir o coração”, disse Flávia.

Ela contou que sente o amor deles, mas como tem também que cuidar da família dela, sabe que precisa voltar para casa.

“Já teve dias que eu dormi lá porque eu não consegui deixá-los. Mesmo com as pessoas que me ajudam, que eu sei que vão cuidar deles, eu sinto que preciso estar lá para dar mais atenção e cuidado. Então às vezes eu fico e durmo com eles”, lembrou a cuidadora.

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“Não vou desistir”

Flávia lembra o quão difícil é manter o lar, mas nenhuma dificuldade supera o amor que ela recebe.

“Ser chamada de mãe é muito especial. É sinal de que eu estou dando meu máximo. É uma retribuição do amor que eu dou para eles. Dinheiro nenhum do mundo paga isso”, disse emocionada.

A casa é alugada pela cuidadora a R$ 2.000 por mês. O valor do aluguel, custeado voluntariamente por alguns idosos que recebem aposentadoria – que é de apenas 1 salário mínimo – além das doações que a Flávia recebe.

Para a alimentação, Flávia conta com a solidariedade da comunidade e com o apoio que recebe de alguns grupos, como o da Cristina Silva, que mantém o projeto Semeando Amor. “Os idosos precisam de muito carinho e atenção, eles são muito especiais”, disse Cristina.

Para Flávia, toda ajuda é bem-vinda. Constrangida, ela admite que passa por algumas dificuldades para manter a casa, mas garante que não falta nenhuma alimentação ou assistência de saúde para os idosos.

“Eu vou me virando como consigo. Peço a um e a outro e vou ganhando ajuda, mas eu prometi que eles [os idosos], nunca mais voltariam para as ruas”, disse.

O Só Notícia Boa acredita no amor, nas missões nobres e, principalmente, na solidariedade do brasileiro! Por isso, vamos juntos mudar um pouco a realidade desses vovô e vovós do Lar Cuidar Mais?

Doe pelo PIX cuidar-mais@sovaquinhaboa.com.br ou por cartão de crédito e boleto pelo link da campanha clicando aqui.

Com apenas R$ 1 já conseguimos mudar um pouco essa história!

Vale lembrar que toda ajuda é importante. Compartilhe também com amigos e familiares! Vamos mudar o final dessa história e levar mais esperança para esses idosos que já sofreram tanto!

 

Flávia e alguns dos moradores do lar Cuidar Mais. - Foto: arquivo pessoal

Flávia e alguns dos moradores do lar Cuidar Mais. – Foto: arquivo pessoal