Idosos se casam depois de 60 anos juntos. Amor proibido

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Por Vitor Guerra
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Apesar dos preconceitos enfrentados ao longo de 60 anos juntos, José e Gerli não desistiram e se casaram em Belo Horizonte na última terça (23). Foto: Reprodução/Daniela Araruna/Arquivo pessoal.

Dois idosos que viveram um amor proibido finalmente se casaram, depois de 60 anos. Gerli Maria dos Santos, de 73 anos, e José Araruna, de 75, realizaram o sonho em Belo Horizonte, graças à Defensoria Pública de Minas Gerais.

A história de amor deles parece novela: Gerli, de família pobre que morava na favela, não era aceita pelos parentes de José. Mas o noivo, apaixonado, batia o pé.  Os dois encararam as resistências e agora oficializaram a união como marido e mulher.

Gerli e José foram a caráter ao casamento comunitário: ela, num belo vestido de noiva com direito a decote, ele, em um terno elegantíssimo.

O início de tudo

Tudo começou quando José, que trabalhava em frente à casa onde Gerli morava com os pais, e se encantou com a menina.

Toda vez que passava pela região ela fazia sua famosa “piscadela” para tentar conquistar a garota.

Mas ela era difícil na queda e não dava bola para o paquerador!

“Às vezes eu estava varrendo a calçada e ela mexia comigo… eu fechava a cara na hora”, disse a noiva.

Plano infalível

Ao perceber que Gerli não cedia às suas paqueras, José pensou em um plano infalível, me plenos anos 1960.

Com 15 anos ele foi até a casa de Gerli e quando descobriu que o pai de sua pretendente tinha uma sanfona com defeito, o homem se ofereceu para consertar. A cena surpreendeu a menina.

Nesse momento ele conquistou a simpatia do sogrão e aproveitou para fazer um pedido…

“Um dia cheguei do colégio e vi o José lá em casa, e eu pensei: o que esse homem tá fazendo aqui em casa? E meu pai na maior prosa… ele aproveitou e pediu minha mão em namoro, na frente dos meus pais”, contou Gerli.

O namoro deu super certo e uma vez por semana os dois se viam, mas com algumas condições: das 19h30 às 22h e sempre na frente dos pais da moça.

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Morava na favela

Apesar do amor dos dois, havia um impedimento. A resistência por parte da família de José.

“A mãe dele nunca aceitou bem. Uma vez a gente terminou porque ela não deixava que ele me namorasse principalmente porque a gente morava na favela”, lamentou Gerli.

A mulher disse ainda que sua família sempre foi muito trabalhadora. Segundo ela, foi ensinada a valorizar os estudos e o trabalho.

Mesmo com o fim do relacionamento, o amor jamais cessou.

Gerli e José continuavam a se falar por cartinhas, que eram levadas dele para ela por meio do irmão da mulher.

A mãe de Gerli acabou descobrindo e para que o pai da menina não ficasse bravo, ela mesmo começou a entregar as cartas de José para a filha.

Lindo ver como eles nunca desistiram, né?

Sogra era aliada

Eles até tentaram antes, mas por serem menores a mãe de José nunca liberava a autorização. Mesmo assim, o que importava para os dois é que eles eram “abençoados por Deus” e se amavam.

A sogra de José era uma grande aliada para os dois, foi com a ajuda dela que o casal conseguiu comprar sua primeira lá. Eles se mudaram e Gerli ficou grávida do primeiro filho.

“A gente tentou colocar papel para correr, mas a mãe ia lá e impedia. Acabou que depois a gente até teve ideia de oficializar, mas eu desanimei. Já estava tudo certo, morando juntos, com filhos”, explicou a moça.

Finalmente, 60 anos depois, os dois idosos se casaram e vão poder celebrar o amor infinito. Que venham muitos mais anos de casados, vocês merecem Gerli e José, parabéns por não desistirem.

Lar de idosos

Outros idosos como Gerli e José também merecem ser felizes. Pelo menos 30 deles, que viviam em situação de vulnerabilidade, foram acolhidos por Francisca Vlávia Ferreira, de 45 anos, uma cearense que dedica sua vida a cuidar dos vovôs e vovós.

A cuidadora alugou uma casa há pouco mais de 1 ano e batizou o local com o nome de “Lar Cuidar Mais”. Hoje ela passa dificuldades para manter a casa, mas garante que não falta nenhuma alimentação ou assistência de saúde para os idosos.

A vaquinha para ajudar os vovôs e vovós do Lar Cuidar Mais está aberta.

Doe pelo PIX cuidar-mais@sovaquinhaboa.com.br

Ou por cartão de crédito e boleto no site Só Vaquinha Boa.

Os dois começaram a namorar quando José tinha 15 anos, ele se aproximou da moça consertando uma sanfona do pai dela. Foto: Reprodução/Daniela Araruna/Arquivo pessoal.

Os idosos que se casaram começaram a namorar quando José tinha 15 anos, ele se aproximou da moça consertando uma sanfona do pai dela. Foto: Reprodução/Daniela Araruna/Arquivo pessoal.

Agora com o papel do casamento em mãos, os dois exibem o documento esperado por mais de 6 décadas! Foto: Reprodução/TV Globo.

Agora com o papel do casamento em mãos, os dois exibem o documento esperado por mais de 6 décadas! Foto: Reprodução/TV Globo.

Com informações de Itatiaia