Coreia do Sul revela plano para proibir o consumo de carne de cachorro

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Por Vitor Guerra
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A Coreia do Sul vai banir o consumo de carne de cachorro. A medida deve entrar em vigor ainda esse ano. Foto: Reprodução/Ahn Young-Joon (AP).

A Coreia do Sul está planejando uma medida para proibir o consumo de carne de cachorro no país ainda esse ano. Se aprovada, a lei permitirá um período de três anos para a eliminação progressiva da indústria desse tipo no país.

Com a prática milenar caindo em desuso entre os jovens do país e ativistas internacionais pressionando o governo, as autoridades começaram movimentos para avançar na direção de banir o ato no país. Grupos de direitos dos animais saudaram o anúncio feito na última sexta-feira pelo legislador do partido no poder, Yu Eui-dong.

“Estamos planejando promulgar uma lei especial para proibir a carne de cachorro neste ano para resolver esta questão o mais rápido possível”, disse após uma reunião no parlamento com a presença de funcionários do Ministério da Agricultura e grupos de direitos dos animais.

Prática milenar

Na Coreia do Sul o consumo de carne de cachorro é uma prática milenar, mas que vem caindo em desuso.

Apesar da nova geração de jovens terem diminuído o consumo, estima-se que mais de meio milhão de cães são criados para o abate.

O número é significativamente menor do que décadas passadas. Além disso, o aumento da posse de animais de estimação também motivou o governo a caminhar na iniciativa de proibir o consumo no país.

Vai virar lei

Em um evento sob direitos dos animais em agosto, o presidente Yoon Suk Yeol, conhecido por ser um defensor da causa animal, justificou: “O consumo de carne de cão deveria acabar. Estamos numa era em que humanos e animais de estimação coexistem como amigos”.

Yoon e a primeira-dama Kim Keon Hee têm seis cães e cinco gatos.

Com a declaração da autoridade, a pressão interna e externa cresceu.

O anúncio veio na última sexta, sob as mãos de Yu, do mesmo partido do presidente.

Segundo o legislador, o governo pensa numa forma de introduzir uma proibição até o final do ano, e em 2027 proibir totalmente, junto com fazendas de criação.

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Entidades internacionais comemoram

Apesar do protesto de empresários donos de fazendas de cães para o abate, grande parte do país comemorou.
Festa também para entidades internacionais que atuam na proteção animal.

“A notícia de que o governo sul-coreano está finalmente pronto para proibir a indústria de carne de cachorro é como um sonho tornado realidade para todos nós que fizemos campanha tão arduamente para acabar com esta crueldade”, disse Chae Jung-ah, da Humane Society Internacional.

Chae ainda lembrou que a própria comunidade do país tem rejeitado a prática.

“A sociedade coreana atingiu um ponto crítico em que a maioria das pessoas agora rejeita comer cães e quer ver esse sofrimento relegado aos livros de história”, concluiu.

Na Coreia do Sul ainda existem fazendas para criação de cachorros para o abate. Foto: Reprodução/Min Joo Kim (The Washington Post).

Na Coreia do Sul ainda existem fazendas para criação de cachorros para o abate. Foto: Reprodução/Min Joo Kim (The Washington Post).

Profissionais da Humane Society resgatam animais do abate. Foto: Reprodução/Kim Hong-Ji (Reuters).

Profissionais da Humane Society resgatam animais do abate. Foto: Reprodução/Kim Hong-Ji (Reuters).

Com informações de Washington Post.