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Cientistas descobrem bactéria que pode conduzir energia elétrica, como se fosse um fio

Renata Dias
25 / 05 / 2025 às 12 : 00
Cientistas identificam uma nova bactéria que é capaz de conduzir energia elétrica. Os estudos estão em fase preliminar, mas são recebidos com muito entusiasmo entre os pesquisadores. Foto: Agência Brasil
Cientistas identificam uma nova bactéria que é capaz de conduzir energia elétrica. Os estudos estão em fase preliminar, mas são recebidos com muito entusiasmo entre os pesquisadores. Foto: Agência Brasil

Sensacional. Cientistas dos Estados Unidos descobriram uma bactéria que pode conduzir energia elétrica, como se fosse um fio.

Batizada de Candidatus Electrothrix yaqonensis, ela é conhecida como bactéria-cabo. Trata-se de um micróbio em formato de bastonete, conectado a outros em ambas as extremidades, que formam juntos uma cadeia e compartilham uma membrana externa que dá origem a vários filamentos.

O estudo sobre a bactéria que conduz eletricidade foi publicado na revista científica “Applied and Environmental Microbiology“. Em comunicado, o microbiologista Cheng Li, da Universidade Estadual do Oregon e da Universidade James Madison (EUA), disse que está confiante que a partir dessa nova espécie seja possível descobrir a origem das bactérias e como se comportam.

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Como consegue?

Segundo a pesquisa, a transmissão de energia se deve ao seu metabolismo especial, que funciona mais ou menos assim: as bactérias estão enterradas em camadas onde não há oxigênio, por isso, elas geram energia ao metabolizar sulfeto (compostos à base de enxofre).

Depois, o organismo envia os elétrons resultantes desse processo por filamentos microscópicos até a superfície, onde outras células podem usá-los com oxigênio.

Esses “fios vivos” chegam a medir vários centímetros e têm uma estrutura interna à base de níquel, que conduz eletricidade com eficiência: em testes de laboratório, o desempenho foi comparável ao de metais condutores.

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Comportamento diferente do comum

Diferentemente de outras bactérias parecidas, essa espécie não usa as enzimas comuns para lidar com o sal, mas sim um conjunto de proteínas que trocam sódio e prótons, adaptando-se melhor a ambientes onde a salinidade varia, como estuários e zonas de água salobra.

Essa bactéria da nova espécie apresenta diferenças morfológicas e semelhanças genéticas com outros gêneros de bactérias.

Remover poluentes

Os autores afirmam que essas bactérias podem ser utilizadas na segurança alimentar e na limpeza ambiental porque transferem elétrons para remover poluentes.

Essas diferenças, segundo os pesquisadores, indicam que o grupo é mais variado e complexo do que se pensava — tanto em termos de como essas bactérias funcionam (diversidade funcional) quanto dos ambientes em que podem viver (diversidade ecológica)

Quem são essas bactérias

De acordo com a pesquisa, há 25 espécies de bactérias-cabo conhecidas, organizadas em dois grupos: Candidatus Electrothrix, que vive em água salgada, e Candidatus Electronema, que habita água doce e salobra.

A nova espécie descoberta possui os genes e as vias metabólicas de ambos os gêneros, informou a Super Interessante.

A bactéria batizada de Candidatus Electrothrix yaqonensis, é conhecida como bactéria-cabo: um micróbio em formato de bastonete, conectado a outros em ambas as extremidades, formando uma cadeia, e que compartilha uma membrana externa que dá origem a vários filamentos.
A bactéria batizada de Candidatus Electrothrix yaqonensis, é conhecida como bactéria-cabo: um micróbio em formato de bastonete. Foto: Universidade de Oregon
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