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Alzheimer: estudo da USP detecta a doença 20 anos antes pela saliva

Rinaldo de Oliveira
29 / 07 / 2025 às 11 : 48
O professor Gustavo Alves Andrade dos Santos, doutorando na USP de Ribeirão Preto, trabalha no teste de Alzheimer pela saliva. — Foto: Arquivo pessoal
O professor Gustavo Alves Andrade dos Santos, doutorando na USP de Ribeirão Preto, trabalha no teste de Alzheimer pela saliva. — Foto: Arquivo pessoal

Um estudo brasileiro está conseguindo detectar Alzheimer 20 anos antes dos primeiros sintomas, pela saliva. Olha isso! O trabalho está sendo desenvolvido na USP de Ribeirão Preto, em São Paulo.

O responsável pela pesquisa é o doutor em biotecnologia Gustavo Alves Andrade dos Santos, que apresentou os resultados animadores durante o 50º. Congresso Brasileiro de Análises Clínicas, em Campinas. Eles saíram também na revista científica SciELO.

“A saliva é um fluido composto por centenas de substâncias, muitas capazes de indicar doenças no organismo. Já sabemos que é viável detectar o Alzheimer dessa forma e agora vamos estender a pesquisa para grupos de diferentes faixas etárias, porque as proteínas responsáveis pelos danos aos neurônios começam a se acumular no cérebro 20 anos antes de os primeiros sintomas se manifestarem”, o Gustavo Alves.

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A pesquisa

O professor trabalha no projeto desde 2012, quando fazia seu doutorado intitulado “o estudo de biomarcadores na saliva que possam descobrir precocemente o Alzheimer”.

A pesquisa analisou 76 pessoas, comparando níveis da proteína tal hiperfosforilada entre diagnosticados e saudáveis.

Foi descoberto que as concentrações de proteína tau hiperfosforilada (pTAU) são maiores em pacientes com Alzheimer e mais baixas em idosos sem Alzheimer. Em adultos jovens sem a doença, esses níveis são muito menores.

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Teste rápido

Com o estudo, o brasileiro pretende desenvolver um teste rápido e acessível para rastreamento da doença.

Além de oferecer uma estratégia de apoio para o diagnóstico, saber antes da doença permite uma prevenção mais efetiva.

Por enquanto, o diagnóstico é feito por exclusão, através de exames de sangue, imagem e testes neurocognitivos, para descartar outras patologias. “Conseguindo obter um marcador biológico afirmativo, poderemos sair dos testes indiretos”, disse o cientista ao g1.

Ele conta que antes do Alzheimer se dividia em três fases: leve, moderada e avançada.

Porém, agora é incluída num estágio pré-clínico, quando essas proteínas começariam a se formar no cérebro da pessoa, e uma etapa chamada prodromal, período que precede o início da doença, quando tem sintomas leves e inespecíficos.

Novas vacinas

Gustavo Alves explica que o Alzheimer não se caracteriza mais como uma doença de idosos. Ele diz que ela passou a ser considerada uma doença continuum, cuja progressão se dá ao longo do tempo.

Embora ainda não exista um medicamento capaz de fazer a doença regredir depois que atinge a fase clínica e compromete os neurônios, há vacinas que estão sendo desenvolvidas, nos Estados Unidos e na Suíça.

Mas o brasileiro acredita que, quando a ciência tiver meios de detectar precocemente os biomarcadores do Alzheimer, também poderá mitigar os fatores de risco associados ao Alzheimer, como obesidade, sedentarismo, tabagismo ou alimentação pouco saudável.

Assista à reportagem da RecordTV:

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