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Alzheimer: composto de alecrim e sálvia ajuda a melhorar memória, descobrem cientistas

Monique de Carvalho
24 / 06 / 2025 às 11 : 11
O novo estudo sobre o Alzheimer, feito nos EUA, mostra que o alecrim e a sálvia têm propriedades promissoras para um novo tratamento contra a doença. - Foto: Pixabay
O novo estudo sobre o Alzheimer, feito nos EUA, mostra que o alecrim e a sálvia têm propriedades promissoras para um novo tratamento contra a doença. - Foto: Pixabay

Uma descoberta promissora para combater o Alzheimer está num composto natural encontrado no alecrim e na sálvia — ervas conhecidas popularmente por seus benefícios à memória — Pesquisadores dos Estados Unidos descobriram que o composto é capaz de melhorar a memória e reduzir os sinais da doença.

Pesquisadores da Scripps Research, nos Estados Unidos, explicaram que o composto, chamado diAcCA, é uma forma estável do ácido carnósico, substância conhecida por propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias. Nos testes feitos em camundongos, ele ajudou a aumentar o número de sinapses (conexões entre neurônios), reduziu a inflamação no cérebro e diminuiu as proteínas associadas à progressão do Alzheimer.

A pesquisa foi publicada na revista científica Antioxidants e representa um avanço significativo para o desenvolvimento de novos medicamentos contra doenças neurodegenerativas. Além de seguro, o novo composto tem potencial para ser usado junto com outros tratamentos já disponíveis.

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Como conseguiram

Há muito tempo, o alecrim é lembrado como uma planta “boa para a memória”. Agora, a ciência está dando razão à sabedoria popular. O ácido carnósico, presente no alecrim e também na sálvia, demonstrou ser capaz de ativar enzimas que ajudam o corpo a se proteger de inflamações e do estresse oxidativo.

Mas havia um problema: esse ácido, na forma natural, é instável e difícil de usar como medicamento. Foi aí que os cientistas da Scripps conseguiram criar uma nova versão, o diAcCA, que é totalmente convertido no intestino antes de ser absorvido pelo sangue — e chega com força total ao cérebro.

Essa inovação permitiu que o composto agisse apenas nas áreas afetadas pela inflamação, reduzindo o risco de efeitos colaterais e aumentando sua eficácia.

Resultados animadores 

Durante três meses, os cientistas administraram o diAcCA em camundongos com sintomas de Alzheimer. Ao final do tratamento, os resultados foram surpreendentes: os testes de memória mostraram melhora significativa, quase um retorno à normalidade.

Além disso, os cérebros dos animais tratados apresentaram mais conexões neurais (as sinapses) e uma redução marcante de proteínas nocivas, como a beta-amiloide e a tau fosforilada — dois dos principais marcadores da doença.

“O medicamento não apenas desacelerou a perda de memória. Em muitos casos, recuperamos a capacidade cognitiva quase por completo”, disse o neurologista e professor Stuart Lipton, um dos líderes do estudo.

Inteligente e seguro

Outro ponto importante da pesquisa é que o diAcCA só é ativado nas áreas do cérebro que estão inflamadas. Isso significa que ele age apenas onde é necessário, diminuindo ainda mais os riscos de efeitos colaterais. E como o ácido carnósico já é considerado seguro pela FDA (agência reguladora dos EUA), o caminho para testes em humanos pode ser mais rápido.

Nos testes de toxicidade, o composto também demonstrou ser bem tolerado. Curiosamente, ele até ajudou a reduzir inflamações no estômago e esôfago dos animais — mais um ponto positivo para seu uso medicinal.

Os camundongos também absorveram o composto com mais facilidade do que o ácido carnósico puro, o que indica uma biodisponibilidade maior — ou seja, ele chega ao organismo de maneira mais eficiente.

Futuro promissor

Lipton acredita que o diAcCA poderá ser usado sozinho ou em combinação com outros medicamentos já aprovados contra o Alzheimer. A combinação pode inclusive reduzir os efeitos colaterais desses tratamentos, como inchaço ou sangramentos no cérebro.

E as aplicações não param por aí. Como o composto atua diretamente na inflamação, os pesquisadores acreditam que ele também possa ajudar em doenças como diabetes tipo 2, problemas cardíacos e até outras condições neurodegenerativas, como o Parkinson.

“O que vimos foi uma melhora real da função cerebral. É isso que mais emociona”, afirmou Lipton. “Acreditamos que este medicamento possa transformar a vida de milhões de pessoas.”

Vai ciência!

segundo o novo estudo sobre o Alzheimer, o alecrim e a sálvia têm propriedades promissoras para um novo tratamento. - Foto: Pixabay
Segundo o novo estudo sobre o Alzheimer, o alecrim (foto acima) e a sálvia têm propriedades promissoras para um novo tratamento contra a doença. – Foto: Pixabay
A sálvia é uma planta medicinal e aromática, originária do Mediterrâneo, conhecida por suas folhas verde-acinzentadas e sabor ligeiramente amargo. - Foto: Unsplash
A sálvia é uma planta medicinal e aromática, originária do Mediterrâneo, conhecida por suas folhas verde-acinzentadas e sabor ligeiramente amargo. – Foto: Unsplash
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