Pescador salva sucuri gigante ferida, presa em rede de pesca em rio de SP

Um pescador viveu um momento inesperado durante uma pescaria esportiva no Rio Tietê, em Cafelândia (SP), ao encontrar uma sucuri gigante de aproximadamente quatro metros presa em uma rede de pesca abandonada. O animal, muito debilitado, estava enroscado nos fios e mal conseguia se mover.

O pescador Fábio De Nigris contou que levou um grande susto ao perceber que não se tratava apenas de um objeto preso na água, mas de uma cobra gigante lutando para se soltar. A presença da sucuri deixou o grupo apreensivo, já que o animal demonstrava sinais de fraqueza e nervosismo.

Mesmo com receio, Fábio decidiu tentar o resgate. Equilibrado em um caiaque e usando uma tesoura, começou a cortar a rede aos poucos para libertar a serpente. O terreno alagado impedia que descessem na água, o que tornou a operação ainda mais difícil.

Animal preso

Fábio relatou que nunca imaginou encontrar uma sucuri presa durante a pescaria esportiva. No primeiro momento, o temor de um ataque deixou todos tensos. A cobra, magra e enfraquecida, parecia ter passado vários dias presa.

O pescador afirmou que se preocupou com a reação da serpente, já que ela se debatia e empurrava as embarcações. Mesmo assim, a equipe manteve a calma para não piorar a situação.

Com o passar dos minutos, o grupo percebeu que a sucuri começou a se mover de forma mais tranquila, como se estivesse entendendo que estava sendo ajudada.

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Resgate difícil

O local do resgate dificultou bastante a ação. A área era um brejo profundo, com água rasa e mais de um metro de lama. Por isso, descer do caiaque estava fora de cogitação.

Para cortar os fios da rede, Fábio precisou se equilibrar com cuidado. A sucuri, mesmo fraca, ainda tinha força para se mover e empurrar o barco.

A operação durou aproximadamente uma hora e meia. Quando finalmente foi libertada, a cobra rastejou lentamente até a margem, onde conseguiu seguir em direção ao mato.

Equilíbrio ambiental

A bióloga Samantha Pereira Lima, diretora do Zoológico de Bauru, explicou que a sucuri não é venenosa. A espécie mata pela constrição, envolvendo e apertando a presa até causar asfixia.

Ela destacou que a presença da sucuri em um dos afluentes do Tietê é um bom sinal ambiental. Isso indica que o local possui condições adequadas para a vida silvestre e está ecologicamente equilibrado.

A especialista reforçou que a espécie ajuda no controle de roedores e de outros animais, desempenhando papel importante na cadeia alimentar.

Riscos de mordida

O biólogo e especialista em serpentes Henrique Abrahão Charles esclareceu que, apesar de não ser peçonhenta, a sucuri pode causar ferimentos graves com a mordida. Os dentes são finos e virados para trás, o que dificulta a retirada e pode causar lacerações profundas.

Ele explicou ainda que as fêmeas costumam ser maiores do que os machos, podendo atingir até 200 quilos quando estão grávidas, enquanto machos geralmente variam entre 80 e 100 quilos.

Especialistas alertam que o ideal é evitar contato direto com animais silvestres e manter distância sempre que possível. Em situações como essa, o recomendado é acionar a Polícia Militar Ambiental ou o Corpo de Bombeiros.

Pescador usou uma tesoura para libertar sucuri presa em rede no Tietê, em Cafelândia (SP) — Foto: Reprodução/TV TEM