No circo da vida: qual o melhor papel?

No circo da vida você pode ser quem você quiser, é só fazer a escolha certa.
Você pode ser o trapezista e viver nas alturas, indo de um lado a outro, dando loucos saltos mortais, deixando todos de olhos arregalados, boca aberta e coração na mão. Mas você corre o risco de cair e se machucar feio, se não tiver muita atenção e seu parceiro não for de extrema confiança.
Se quiser, pode ser o domador, que intimida e controla as “feras”, com o olhar e o chicote. Entretanto, pode ser pego num descuido e engolido por aqueles que acreditava estarem totalmente dominados.
Quem sabe, ser o malabarista que equilibra brincando e andando na corda bamba… Mas, cuidado: num piscar de olhos tudo pode vir abaixo e quanto maior a altura, maior o tombo.
Você pode pensar: “melhor seria ser o dono do circo”. Pode até ser verdade. Entretanto o dono do circo, por ter que cuidar de tantas coisas, perde muito da emoção e das alegrias e desafios que cada um enfrenta no seu número.
Já pensou em ser o palhaço? “Ah! mas logo o palhaço?”, você pode pensar. Qual a graça em ser o palhaço? Ele pinta o rosto pra não encarar a vida de cara limpa e mesmo diante da maior tristeza tem que ser engraçado, passa a idéia de ser o bobo, fácil de ser enganado …. Qual, a graça em ser o palhaço?
Mas, se você pensar bem, é o palhaço que fica no coração das crianças. É o palhaço que consegue fazer sorrir até os mais sérios e carrancudos. É o palhaço que carrega consigo a sublime missão de tornar a vida mais suave, seja no circo, nos hospitais ou na sociedade.
Luisa Borges