Uma resposta da natureza: resista!

 A imagem da resistência e superação deste ipê amarelo, retirado da mata, cortado e transformado em poste da rede elétrica, em Porto Velho, capital de Rondônia, deveria servir de exemplo.

Mais que isso, servir de alerta para quem não acredita que a Natureza sempre dá uma resposta aos atos dos homens.

É o que se chama RESILIÊNCIA, ou seja: a capacidade de um sistema absorver os impactos relacionados por perturbações externas, sem que este seja alterado.

E aí está a prova: depois do impacto violento de uma serra elétrica e da mudança de seu habitat natural, o ipê resistiu, buscou forças e surgiu novamente em todo seu esplendor, mostrando aos homens a sua grandeza, fazendo com que a prefeitura providenciasse um poste de concreto para colocar a fiação elétrica, livrando-o das amarras para que ele continue florescendo livre e feliz, como um monumento à Natureza.

E se prestarmos atenção ao nosso redor, certamente encontraremos outros exemplos de resiliência. São flores que nascem em terrenos áridos, secos e até no asfalto. São arvores que mesmos depois de cortadas se refazem e tornam a brotar e mostrar toda a beleza de suas folhagens.

Eu mesma tenho um exemplo dessa força em casa. Este tronco já pertenceu a uma grande e frondosa árvore, que um dia foi simplesmente cortada em vários pedaços. Revoltada, Walquiria, uma amiga, não se conformando com a destruição, recolheu os galhos e levou para sua casa, um deles ela me deu.  Colocamos em vasos rasos, somente com areia, começamos a molhá-los e a resposta veio. 

Logo começaram a surgir pequenos brotos que foram crescendo e hoje, passados quatro anos, eles estão assim: firmes, fortes e lindos.

O tronco guarda as marcas da serra que o separou da árvore-mãe, mas ele criou raízes, reviveu, resiliou, provando sua capacidade de absorver o impacto e a violência do corte, mas sem que sua essência fosse alterada.

Penso que o mesmo pode acontecer conosco, também.

Se nos conscientizarmos que os impactos que sofremos podem servir para nos “resiliar”, tornando-nos mais fortes, mais resistentes e, porque não, mais belos.

Luisa Borges