Militar paraplégico volta a andar depois de tratamento com células-tronco

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Há exatamente um ano, no nosso antigo blog, adiantamos um trabalho pioneiro que estava sendo feito em um hospital da Bahia, em parceria com a FioCruz, para testar uma nova técnica com células-tronco em seres humanos. Na época 20 brasileiros paraplégicos, que sofreram trauma na medula espinhal, se preparavamm para passar pelo tratamento.
Em Junho passado noticiamos também o primeiro resultado efetivo desse experimento científico: “Um policial militar, que sofreu um acidente, e há nove anos estava na cadeira de rodas, sem mexer o corpo da cintura pra baixo, conseguiu movimentar os joelhos e pedalar um mês e meio do transplante com células-tronco.”
Agora, 4 meses depois, vem a notícia fantástica: o mesmo homem, o major da Polícia Militar Maurício Borges Ribeiro, conseguiu finalmetne andar !!!
Por enquanto, Ribeiro ainda precisa ser amparado por um andador e por uma órtese no tornozelo, por causa da atrofia muscular sofrida em suas pernas em nove anos de imobilidade. Mas as perspectivas são boas.
“Estamos fazendo um trabalho de fortalecimento muscular, para que o paciente possa, futuramente, se sustentar em pé e andar sem a ajuda de aparelhos”, afirma Claudia Bahia, a fisioterapeuta e pesquisadora da Clínica de Atenção à Saúde (Casa), do Centro Universitário Estácio da Bahia (Estácio-FIB) – onde o policial realiza as sessões de fisioterapia uma vez por dia. “Há pouco tempo, ninguém acreditava que seria possível que um paciente paraplégico com lesão completa pudesse voltar a andar. É uma conquista imensurável”.
Ribeiro foi o primeiro homem a participar de um tratamento experimental, desenvolvido por cientistas da Fundação Oswaldo Cruz na Bahia (Fiocruz-BA), com o apoio dos hospitais Espanhol e São Rafael e de universidades baianas, para melhorar a qualidade de vida de pacientes que, como ele, tiveram ruptura total da medula espinhal por causa de traumas – e, com isso, perderam completamente a sensibilidade, o controle e os movimentos de quadris e pernas.
O tratamento consiste na aplicação de células-tronco mesenquimais, retiradas da medula óssea da bacia dos próprios pacientes, diretamente na região onde ocorreu o trauma. O procedimento começou a ser estudado em 2005 e foi testado inicialmente em animais domésticos, a partir de 2007, com melhorias em graus diferentes em todos os casos.
Depois de Ribeiro, mais cinco pacientes foram submetidos ao tratamento – e outros 15 devem passar pelos mesmos procedimentos até o fim do primeiro semestre do ano que vem. “Até agora, todos os pacientes tiveram algum nível de melhora e não houve nenhuma intercorrência médica”, comemora um dos coordenadores da pesquisa, o neurocirurgião Marcus Vinícius Mendonça. “Em alguns, por enquanto, há apenas melhoras de sensibilidade, em outros, há avanços na parte motora. Um dos objetivos desta pesquisa é saber por que um paciente responde melhor que outro”, disse.
Para o policial militar, porém, o tratamento já pode ser visto como bem-sucedido. “Depois de nove anos, você perceber que pode se sustentar sobre as próprias pernas é uma sensação muito boa”, afirma. “Já estou muito feliz, mais ainda porque meu progresso traz esperança para outras pessoas que passam pelo mesmo problema”, acrescentou.
Detalhes no Estadão e Yahoo.