Até mais ver, Oscar Niemeyer: homenagem

Por Roberto Garini

Quem mora em São Paulo, não por ofício mas por amor, tem histórias para contar de alguns lugares da cidade.

Primeiro o Edifício Copan, na Avenida Ipiranga. Afinal todos que um dia, pobres moços e frequentadores do Cave, boate famosa dos anos 70, sabíamos que lá se escondia algum ninho de amor, pois era a morada da maioria das moças da rua Nestor Pestana.

Depois, quando se casa e assenta na vida, outro lugar melhor que o Parque do Ibirapuera para levar filhos no sábado ou domingo, não existe.

Tardes ou manhãs inteiras passeando de bike, jogando bola ou indo assistir algo na Marquise do Ibirapuera , ou na Oca. Lá era o planetário.

Os filhos crescem e todo pai paulistano leva a turma na Bienal,  é tentar dar um caminho com arte. Também era lá no Parque, no prédio de mesmo nome, o Prédio da Bienal.

A modernidade desse prédio já mostra, a quem nele vem pela primeira vez, que uma Bienal é coisa muito moderna.

Bem na frente do Prédio da Bienal, meio que fora do parque, tinha um prédio chamado de Prédio do Detran, onde sempre foi a sede do Departamento de Transito.

Um dia um amigo meu, Celso Terra, que era diretor lá, foi incumbido de fazer uma reforma e resolveu ir ao Rio de Janeiro falar com Oscar sobre este prédio.

Foi um relatório de cultura e curiosidades. Até uma obra do Portinari existia lá e ninguém sabia.

Mas Oscar sabia.

Foi aí que meu amigo fez não uma obra, mas uma recuperação, de alguma coisa que tinha se deteriorado com o tempo.

Hoje é o Museu de Arte Contemporânea.

E na maturidade plena assistir alguma coisa de cultura popular em São Paulo, tem que ser no Memorial da América Latina, obra gigantesca, não em tamanho mas sim gigantesca prova de maturidade de um gênio.

O gênio de Oscar Niemayer!