Dieta das cavernas: emagrece e desbanca pirâmide alimentar atual

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Por Bruno M.
Imagem de capa para Dieta das cavernas: emagrece e desbanca pirâmide alimentar atual
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Por Andréa Fassina
Não é aula de história não.
É uma dieta que, embora seja referência a um período da existência humana, está mais atual do que nunca.
O nome é paleolítica, ou pálio, como vem sendo chamada.
Na hora que me falaram – uma amiga fisioterapeuta – acabei rindo porque achei que não era sério.
Mas, como a amiga impõe credibilidade (valeu Cris) resolvi conferir.
Alvo de polêmica e críticas e capa de uma das principais revistas semanais, a dieta tem fundamento e embasamento científico.
Como o próprio nome diz, a ela propõe hábitos alimentares das cavernas e derruba mitos da dita alimentação balanceada.
A páleo sugere uma pirâmide alimentar com base no consumo de proteínas magras, carboidratos de verduras, açúcares de frutas e gorduras de peixes e oleaginosas.
Sucesso
A dieta ganhou força graças ao documentário “The Perfect Human Diet”, lançado no ano passado.
A obra aponta as causas da obesidade, que estariam no que se vende hoje como alimentação ideal.
O documentário defende que a atual forma de alimentação do ser humano seria uma máquina de produzir acúmulo de gordura.
Ela propõe, então, o resgate da forma como o homem se alimentava no tempo em que era nômade, antes da agricultura, há cerca de dois milhões de anos.
“O corpo humano evoluiu para digerir os alimentos do planeta Terra de então. Isso ficou gravado em nosso DNA.
Introduzir na dieta comidas inexistentes naquela época, sobrecarrega o organismo, provocando um tipo de pane. A obesidade é uma das consequências”, afirma o jornalista americano Charles Hunter, produtor do documentário.
O que comer
Além das proteínas das frutas, a dieta recomenda muita água.
O cardápio paleolítico inclui peixe, carne branca ou vermelha, legumes, verduras, tubérculos (como inhame e batata-doce, de preferência), frutas e nozes – estas com moderação.
Deve-se evitar cozinhar a temperaturas muito altas, com panelas diretamente no fogo. 
O recomendado são alimentos assados em fornos a, no máximo, 180 graus centígrados. 
Há variações entre os páleos.
Alguns permitem leite e derivados, ou bebidas alcoólicas, com moderação.
O que não comer
Estão excluídos quaisquer vegetais que cresçam dentro de vagens (feijão, soja, ervilha, amendoim), cereais (como milho, aveia e trigo), carboidratos de produtos processados e açúcar.
Os especialistas apontam como os grandes inimigos da saúde: leite e derivados, grãos, cereais, carboidratos simples, alimentos processados e tubérculos como a batata, que tem alto índice glicêmico.
A explicação é simples: ao detectar algo desconhecido, o organismo trabalha para combatê-lo, mas o excesso de resíduos causa distúrbios, inflamações e doenças.
Glúten, uma proteína do trigo que não existia na Pré-História, presente em vários alimentos industrializados, não é 100% digerido quando bate no estômago, transformando-se numa goma que gruda na tireóide.
O corpo reconhece aquilo como um invasor e tenta eliminá-lo, deixando as funções tireoidianas mais lentas.
Isso significa uma boa dose de gordura a mais acumulada ao longo do tempo.
Salvação?
Especialistas se mostram reticentes sobre qualquer coisa apontada como milagrosa.
O endocrinologista Filippo Pedrinola também é cauteloso: “A Dieta Paleolítica tem uma proposta interessante, mas não é a salvação.
Como todas as dietas, não é solução definitiva se não houver bons hábitos e qualidade de vida”
Veja abaixo a pirâmide da dieta paleolítica em comparação com a pirâmide balanceada.

O livro A dieta dos Nossos Ancestrais, lançado por Caio Augusto Fleury, já tem um abordagem nutricional e científica  em português sobre o assunto.
Veja alguns tópicos do livro:
Benefícios:

  • Perda de peso (gordura), 
  • definição muscular (aumento da massa magra), 
  • melhorias no sono, 
  • melhorias no humor, 
  • aumento da sua claridade mental (nada de sonolência após as refeições), 
  • maior ganho de energia durante o dia (você vai se sentir disposto como nunca).

Você não precisa ter força de vontade nesta dieta, porque não é necessário restringir calorias. 
Alimentos Ancestrais.
Segue uma lista bem básica do que você deve consumir:
– À vontade:
Verduras, carnes orgânicas, peixes,frutas, nozes, ovos sementes, chás, coco, caldos feitos à partir de osso, abacate, berries
– Com moderação:
Chocolate amargo, vinho tinto, queijos, tubérculos (mandioquinha, nhame, batata doce, batata*) e derivados do leite**
– Nunca: 
Grãos (integrais ou refinados), óleos vegetais processados e alimentos processados em geral.
Moderação
* Batata: 
A batata comum possui um alto índice glicérico, ou seja, quando a consumimos, o carboidrato (açúcar) é liberado no sangue mais rapidamente, fazendo com que o seu corpo, em resposta, libere mais insulina para regular os níveis de açúcar no seu sangue.
* Derivados do Leite: 
Não são exatamente alimentos usados por nossos ancestrais. Eles não o consumiam depois da infância. Mesmo assim, alguns derivados como iogurte fornecem probióticos que ajudam a digestão.
Além disso, manteiga e creme de leite (cru) oferecem grandes quantidades de gordura saudável.
Em resumo, se você tolera bem o leite e seus derivados, estes podem ser consumidos com moderação.
Suplementos:
Se você não consome peixe regularmente (pricipalmente peixes de água fria, como salmão, atum e sardinha) é interessante tomar um suplemento de óleo de peixe, para melhorar seus níveis de ômega 3.
Neste mesmo sentido, se você não toma sol com frequência (cerca de 15 min por dia já é suficiente), um suplemento de vitamina D também é aconselhável.
Com informações da Revista Época e Revista Glamour
andrea@sonoticiaboa.com.br