Transplante inédito de células-tronco e recupera paciente no Brasil

Foto: reprodução/internet
Uma equipe de cirurgiões da Associação Portuguesa de Beneficência, de São José do Rio Preto, em São Paulo (foto acima), realizou com sucesso o primeiro transplante de células-tronco do País para tratamento da doença de Crohn.
A enfermidade, que causa a inflamação do aparelho digestivo e não tem cura, atinge 5 milhões de pessoas em todo o mundo, e em seu estágio mais avançado pode levar à morte.
O procedimento, realizado em 14 de outubro de 2013, só foi divulgado agora porque os médicos queriam ter certeza da recuperação da paciente, a estudante de farmácia Giselle Gomes Idalgo, 29 anos.
Recuperação
Gisele está totalmente recuperada.
Não toma medicamentos desde que saiu da cirurgia há oito meses.
Ela lembra do passado difícil, quando seu peso caiu de 55 para 32 quilos e teve de largar o trabalho e a faculdade de farmácia e ainda enfrentar o preconceito da sociedade.
“Em 2010 eu comecei a sentir os primeiros sintomas – dores abdominais fortes, dores nos ossos e diarreias constantes. Perdi as forças, emagreci, tive de deixar de trabalhar e estudar e não conseguia nem pegar um copo de água por causa das dores nos ossos”, conta.
“Foi muito sofrimento e muito preconceito, incluindo de peritos do Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS). Felizmente hoje estou muito bem, não tomo remédios há oito meses e me sinto saudável”, afirma.
“Agora quero voltar a trabalhar”, diz.
Em 80% dos casos, a doença de Crohn leva às intervenções cirúrgicas e em 33% à morte.
No caso do transplante pode ocorrer a recidiva em cinco anos, mas há casos em que isso não ocorre.
“Para mim, o que importa é que sempre tive esperança de viver, desde antes do transplante e agora muito mais”, diz Giselle.
Justiça
O transplante só pôde ser realizado porque a Justiça deu ganho de causa a ação ajuizada por Giselle e determinou que a cirurgia fosse paga pelo seu plano de saúde.
A cirurgia abre perspectivas para que outros pacientes de Crohn possam reivindicar o mesmo tratamento.
Mas como ele ainda não consta no rol dos transplantes autorizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e não está na lista da Agência Nacional de Saúde (ANS) de doenças assistidas pelas operadoras particulares, é necessário entrar com uma ação na justiça.
“Isso é a judicialização da medicina porque muitos procedimentos não são autorizados no Brasil”, comentou o hematologista Milton Ruiz, coordenador da unidade de transplantes e de terapia celular da Associação, e responsável pela cirurgia.
“Não havia outra alternativa para minha paciente. Os medicamentos que ela tomava não faziam mais efeito e ela já tinha passado por duas cirurgias para retirada de parte do intestino grosso e do intestino fino”, conta o gastroenterologista Luiz Kaise Júnior, que recomendou o transplante a Giselle.
O transplante
“Como o Milton Ruiz já utilizava o transplante em outras doenças, pensamos na possibilidade de realizá-lo com a doença de Crohn, uma vez que esse tipo de procedimento já era feito nos Estados Unidos.”
O transplante seguiu protocolo da Universidade de Chicago, que realiza o mesmo tipo de cirurgia no North Western Memorial Hospital, da cidade americana.
“Viajamos para aquele País e médicos de lá vieram ao Brasil para viabilizar o transplante.”
Ruiz explicou que foram 29 dias entre a preparação da paciente e a conclusão do transplante.
Inicialmente, a paciente recebeu medicamentos para produzir o volume necessário de células-tronco, em seguida o material foi congelado.
Depois de recuperada, a paciente voltou a ser internada para receber as células, por infusão periférica.
E ainda foram necessários mais 17 dias de internação.
Com informações do Estadão

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