Beijos pela paz em Gaza: selfies no Face

Fotoa: reprodução/Facebook
Em tempos de guerra o amor encontra formas de sobressair.
Um beijo pela paz entre Israel e Palestina, eternizado numa “selfie”, se tornou viral nas redes sociais, como símbolo da humanidade por trás do conflito.
Ela foi publicada no Twitter por uma jornalista libanesa.
“O meu namorado é judeu, criado numa família ortodoxa, e eu sou metade libanesa”, conta Sulome Anderson, autora da fotografia, num artigo publicado na New York Magazine.
A semana passada, durante as nossas férias, e por sugestão de um amigo também jornalista, fizemos a fotografia nossa para a campanha ‘Jews and Arabs refuse to be Enemies‘ – “Judeus e árabes se recusam a ser inimigos”.
A página no Facebook já tem mais de 28 mil seguidores, que começaram a fazer o mesmo: tirar fotos e postar na página.



A foto
“Escrevi o nome da campanha numa folha de papel, beijei o meu namorado, tirei a foto e publiquei na página da iniciativa no Facebook. Também ‘tutei’ para o meu modesto grupo de seguidores com a legenda: ‘Ele me chama ‘neshama’, eu o chamo ‘habibi’. O amor não fala a língua da ocupação”, avisa.
Embora o número de seguidores da jornalista libanesa possa ser modesto, a fotografia do beijo de Sulome e do namorado, Jeremy, tornou-se um fenômeno de popularidade nas redes sociais.
Já foi compartilhada milhares de vezes, e tem percorrido o mundo, difundindo com sucesso o ideal que ambos queriam transmitir.
“Queríamos espalhar a mensagem que a nossa relação nos ensinou: não somos apenas aquilo em que acreditamos”, defende a jornalista.
Ela explica que os dois acreditam no movimento é porque ele enfatiza as relações humanas entre pessoas que aprenderam a se odiar mutuamente”.
Pontos de vista
Sulome Anderson admite que, depois de ter trabalhado em campos de refugiados na Palestina e testemunhado a violência com os seus próprios olhos, ela discorda com frequência de Jeremy, que já viveu em Israel e cuja família apoia o governo israelita e a guerra que se desenrola naquele território.
“Eu não conseguia entender por que razão ele parecia dar mais valor às vidas dos israelitas do que às dos palestinos. Mas acabei compreendendo que isso se devia ao fato de ele ter testemunhado um ataque à bomba durante o tempo que passou em Israel, ou seja, ao fato de ter visto a violência a partir do outro lado”, escreve no artigo assinado pela jornalista na New York Magazine.
Mesmo assim o casal parece estar de acordo quanto ao mais importante.
“Quando a guerra explodiu na região, começamos a nos aproximar das nossas opiniões porque ambos partilhamos valores fundamentais: respeito e preocupação para com a vida humana”, confessa Sulome.

Vidas
“O que estou dizendo não é que conseguimos um consenso total. Mas concordamos em algo: isto não é apenas sobre política. É sobre pessoas”, acrescenta a jovem.
Quanto ao sucesso da foto, Sulome Anderson admite que é “assustador” e “impressionante”. “Porém, ambos sabemos que ter medo é a reação errada”, conclui.
Leia aqui a íntegra da crônica de Sulome Anderson na New York Magazine, que já foi compartilhada quase 20 mil vezes.
Com informações do Boas Notícias.