Balet de cegos encanta: enxergar com o coração

Foto: Reprodução Facebook
Um balé para cegos em São Paulo encanta a todos pela beleza e ineditismo.
O projeto é de uma bailarina e fisioterapeuta que dá aulas para alunos de 3 a 60 anos.
“Ao longo dos últimos 19 anos, eu aprendi a enxergar o mundo com os olhos do ‘coração’ e assim ver um planeta melhor. Para mim, o impossível não existe mais”, diz a paulistana Fernanda Bianchini Saad, de 35 anos.
Ela preside a Associação de Balé de Cegos Fernanda Bianchini – ABCFB, em São Paulo, organização sem fins lucrativos.
A Associação oferece de graça cursos de dança e artes para crianças e adolescentes cegos e expressão corporal para idosos com algum tipo de deficiência visual.
Ela é pioneira nesse ensino no mundo e se apresenta em vários Estados brasileiros.
A escola trabalha com professores remunerados – exceto Fernanda, que desenvolve o trabalho de forma voluntária com cem alunos, dos três anos até a terceira idade. São 60 deficientes visuais, 30 com outras deficiências e dez sem deficiência – uma espécie de “inclusão às avessas”.
As aulas variam de balé clássico, sapateado, dança de salão, dança inclusiva, flamenco a estimulação precoce, ensinadas por meio do toque e da percepção corporal.
A dança marcou presença no encerramento das Paralimpíadas de Londres, na Inglaterra, em 2012.
Outro destaque foi o Quebra Nozes, e o espetáculo Paquita, em 2014, ambos realizados na capital paulista.
Ainda neste ano, a companhia teve o reconhecimento internacional do Prêmio JK em Cultura e Inovações pelo Banco Internacional de Desenvolvimento – BID.
Desafios
“Um dos maiores empecilhos foi quanto ao método, pois tive que desenvolver do zero, sendo algo inédito. Houve ainda a questão do preconceito, pois no início as pessoas não imaginavam que seria possível por a ideia em prática”, conta Fernanda.
“Meus pais nunca me deixaram desistir e os próprios alunos sempre mostraram como é fácil vencer barreiras e dificuldades na vida, quando se tem força de vontade e acreditamos em um sonho.”
A intenção de Fernanda é ousada: uma sede própria para a Associação – hoje alugada – e a expansão do projeto em nível mundial.
Com informações do Terra.