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Funcionários treinados para atender melhor idosos

Rinaldo de Oliveira
09 / 05 / 2015 às 00 : 00
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Fotos: Márcio Fernandes-Estadão
Funcionários do  Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe), em São Paulo, estão sendo treinados para atender melhor pacientes idosos.
P
ara isso, nas últimas semanas, os 7 mil funcionários experimentaram todas as dificuldades enfrentadas por pacientes mais velhos.
O treinamento inédito vai desde subir degraus altos, até usar muletas, bengalas…
Os idosos representam 60% das internações realizadas no Hospital na capital paulista.

 

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A iniciativa serviu para que os agentes da instituição compreendam melhor as diferentes maneiras de prestar atendimento a esse público.

Circuito 
Cada funcionário foi convidado a percorrer um circuito – a atividade durou cerca de 15 minutos, por pessoa. 

Ali, tiveram de andar sobre a brita com um pé só, usando andadores, muletas e bengala. 

Também precisaram preencher um formulário com palavras impressas de forma embaçada, dificultando a visão. 

Recebiam a instrução de um médico, mas em um volume muito baixo, para que não conseguissem ouvir direito. 

Para exemplificar aos funcionários a dificuldade de olfato e paladar, que muitas vezes leva o idoso a colocar mais sal e açúcar na comida, expondo-o a problemas como hipertensão e diabetes, a equipe de nutrição do Iamspe preparou um composto que parecia uma gelatina de morango, mas que não tinha gosto, nem cheiro. 

Vestindo uma luva de borracha grossa, o participante também precisou escrever o seu nome em uma lista de presença.

Objetivo
A iniciativa do Iamspe teve como objetivo conquistar o selo Hospital Amigo do Idoso, lançado pelo governo do Estado e que será entregue a instituições públicas e privadas que implantarem rotinas de assistência especializada à pessoa idosa. 

O Hospital do Servidor Estadual quer ser o primeiro a receber o selo. Uma das exigências do selo é que a instituição aprimore seus conceitos e valores para o cuidado da pessoa idosa.

“A compreensão que os profissionais de saúde têm, principalmente do público idoso, interfere diretamente na maneira como a assistência é prestada”, comenta o superintendente do Iamspe, Latif Abrão Junior.

“Sendo assim, é preciso possibilitar que vivenciem esta fase da vida para que a compreendam e possam atender e tratar as condições que afligem a pessoa idosa, estimulando-as e capacitando-as para um envelhecimento ativo e saudável.”

Pelo treinamento, os funcionários experimentaram dificuldades de visão, locomoção, audição e paladar – além, é claro, das doenças típicas de quem tem idade avançada.

“Como profissional, a gente imagina que entende o lado do outro. Mas depois dessa experiência, vi que nem sempre é assim”, comenta a enfermeira Patricia Orlandeli Mendonça Amaral, de 32 anos.

“Até comentei com os colegas: na próxima vez que um idoso estiver demorando na minha frente, não vou mais perder a paciência.”

“De certa maneira, já estamos sensibilizados com o idoso por conta do nosso dia a dia.

Mas só participando da oficina é que conseguimos entender realmente o quão difícil é para esse público executar as tarefas mínimas do dia a dia”, ressalta o médico infectologista e acupunturista Marco Broitman, de 40 anos, gerente clínico do HSPE.

“Ao caminhar na brita, por exemplo, podemos perceber a dificuldade de mobilidade do idoso – e o quanto costumamos minimizar essa dificuldade. Depois da experiência, entendemos que o problema é realmente impactante.”

Com informações do Estadão.

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