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Novo CD recupera relíquias de Cássia Eller

Rinaldo de Oliveira
11 / 07 / 2015 às 00 : 00

Foto: divulgação
O baú de Cássia Eller (1962-2001) é vasto e está bem guardado.
Graças a esse cuidado da família os fãs da cantora poderão curtir o CD O Espírito do Som, com dez faixas gravadas por ela ao violão quando tinha 21 anos.
Ele chegou às lojas e ao iTunes nesta quinta-feira.
O disco, que a gravadora Coqueiro Verde lança como “volume um”, tem covers de Cássia em português, inglês, espanhol e francês. O caráter amador foi mantido.

A fita
“Eram músicas de que ela gostava muito e que apresentava em shows em Brasília. Quando encontrei a fita, mal dava para ouvir, de tão sujo”, conta a jornalista Elisa de Alencar, ex-namorada da cantora, que cedeu o cassete à família de Cássia.

Oito anos mais velha, Elisa foi o primeiro namoro firme de Cássia e aparece na foto do encarte com a cabeça em seu colo.

A gravação foi feita no 3-em-1 da casa do Lago Sul, em Brasília, que ela dividia com amigos, da qual Cássia era assídua.

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A cantora plugou o microfone, cantou cerca de 20 músicas e deu o resultado a Elisa, para que ela entregasse de presente a seu irmão, que morava em Olinda.

As músicas
Trinta anos e algumas mudanças de imóvel depois, o material foi encontrado, limpo e, agora, apresentado aos fãs de Cássia na condição de relíquia.

Em Segredo (Luiz Melodia), ouve-se a Cássia visceral, que canta os versos “Eu quero mais/ muito mais/ ser um calado coração trancado” como quem os sente fundo.

Em Ausência (Ednardo) e Sua Estupidez (Roberto/Erasmo), a voz é quase infantil. 
For No One(Lennon/McCartney) é doçura e lirismo.

Ne Me Quitte Pas tem a mesma carga dramática da versão que ela faria no Acústico MTV, lançado em março de 2001, nove meses antes de sua morte.

O CD tem ainda uma música de Cássia com a amiga Simone Saback, Flor do Sol — ela só deixou seis composições, pelo que se sabe até agora.

Material inédito
“Foi incrível quando ouvi. Descobrir o timbre daquela época, a voz limpa, a Cássia já buscando um repertório e aquela maneira só dela de cantar”, diz Rodrigo Garcia, que tocou com ela de 1997 a 2001 e que, a pedido da mulher de Cássia, Maria Eugenia Vieira Martins, e do filho, Francisco, vem trabalhando em seu acervo. 

Eles são sócios do selo Porangareté (palavra indígena extraída de Flor do Sol ), pelo qual está saindo o CD.

“Tem muito material inédito, estamos sempre garimpando. Mas nem tudo vale a pena lançar, do ponto de vista artístico.”

No caso do “volume um”, Garcia explica que a produção “é muito mais sentimental do que técnica”.

Próximos projetos
O próximo CD que planeja deve ter registros de espetáculos teatrais em que Cássia cantava e atuava, como o cabaré Gigolôs, que dividiu com o ator Marcelo Saback na mesma época.

No repertório, de Surabaiya Johnny, de Kurt Weil e Brecht, a Tem Francesa no Morro, de Assis Valente, passando por Gershwin e Lamartine Babo.

O “volume três” deve se concentrar em shows. Não há pressa para lançá-los.

“Quando ouvi, fiquei muito emocionada. Acho que as pessoas que gostavam muito dela devem sentir essa emoção também. Não tenho pudor de lançar porque não é para vender horrores, é para os fãs”, justifica Eugenia.

Em casa, ela tem um armário inteiro de fitas com material bruto, entre ensaios caseiros e brincadeiras de Cássia com amigos músicos.


Com inforrmações do Estadão e Veja

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