Desempregado vira faxineiro e provoca corrente do bem no Face

Depois de passar um ano e meio desempregado e ser obrigado a fazer bicos para pagar a alimentação e o aluguel, “Seu Zé”, como é conhecido decidiu encarar o mundo da faxina.
Sem se preocupar com o preconceito de fazer um serviço dominado pelas mulheres, José Ferrer, de 50 anos, encarou o trabalho de faxineiro. Foi no último dia do ano, no Rio de Janeiro.
A patroa, a fotógrafa Bhia Correia, de 33 anos, encantada com a qualidade do serviço, contou o caso no Facebook, sem saber que começaria ali uma grande corrente do bem, com mais de 76 mil acessos.
História
Nascido em Pernambuco, hoje Seu Zé é morador da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.
Ele foi indicado pelo porteiro do condomínio vizinho, que é cunhado dele.
Bhia chegou a duvidar que o faxineiro faria um bom trabalho, mas decidiu arriscar. Deu certo.
“Seu Zé limpa tão direitinho quanto a última Faxineira que veio… Seu Zé não fala nada, se VC não perguntar ele fica mudo, te olha com um sorriso nos olhos quando VC lhe pede alguma coisa… O serviço do Seu zé rende, pq ele não conversa… Mas ele vai com calma e jeitinho, parece de olhar pra ele que não vai acabar hoje, mas acaba… E quando VC pisca os olhos seu Zé já está lavando a cozinha e diz: ainda vou voltar e dar mais uma “vassourada e um paninho no chão” quando eu terminar aqui”, contou ela no Facebook.
Durante a faxina, o homem conversava com a mãe ao telefone e contava a ela que tinha conseguido um emprego no último dia do ano, e que acredita que 2016 será melhor, com trabalho!
Bhia ouviu a conversa e perguntou quando ele desligou:
“O senhor tem muitas casas para dar faxina? e ele me respondeu com lágrima nos olhos.
– Senhora, eu tenho 50 anos, eu não arrumo trabalho de carteira assinada pq sou velho. A sua casa é a primeira casa que eu limpo por dinheiro, mas eu preciso muito e se eu não trabalhar eu não vou ter o que comer na semana que vem , eu nunca fiz isso(faxina)! E se a senhora achar que não fiz direito, eu volto e limpo outra vez, ainda quero voltar aqui para lavar as suas janelas, mas não precisa pagar…
Foi aí que Bhia decidiu ajudar Seu Zé contando o caso no Facebook: “Seu Zé é esforçado e honesto, e sim eu confio no Seu Zé, um homem que nunca aceitou viver de doação, não seria capaz de roubar ninguém…”
E ela diz o que ele está precisando:
“Seu Zé quer com seu trabalho, comprar um barraco na favela, que custam 10 faxinas. Seu Zé quer com seu trabalho consertar seus dentes, que custam outras 10 faxinas. Seu Zé hoje vai comprar um gás e duas lâmpadas com o dinheiro do seu trabalho..”,
Resultado
O caso comoveu a rede social e foi parar na capa do jornal Meia Hora.
Logo a ajuda começou a chegar: 4 dentistas ofereceram tratamento para o faxineiro.
Ele contou ao jornal Meia Hora que a agenda da primeira semana no ano novo já está lotada de entrevistas de emprego e novas faxinas.
Como não tem Facebook, Seu Zé não sabia da repercussão de sua história: “Foi uma surpresa receber tantas ligações. Já me perguntaram se eu fazia outras coisas. Passar roupa ate aceito, mas cozinhar não”, disse.
Com informações do Facebook e Jornal Meia Hora