Só Notícia Boa
Comercial

Injeções para enxaqueca dão resultado: esperança de tratamento

Só Notícia Boa
30 / 11 / 2017 às 00 : 00
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Esperança contra a enxaqueca! Uma nova classe de drogas em forma de injeção mostrou resultados promissores: reduziu as dores em 50%.

Os resultados são de dois estudos publicados nesta quinta, 30, no ‘The New England Journal of Medicine”.

Este é o primeiro tratamento produzido especificamente para previnir essas fortes dores de cabeça, que quando são crônicas, podem ocorrer 15 vezes ao mês, com duração de horas a dias, em alguns pacientes.

Comercial

Hoje, médicos usam medicamentos “emprestados”, criados para outros problemas, como anticonvulsionantes (topiramato e divalproato), antidepressivos (amitriptilina) e medicamentos contra a hipertensão (propanolol).

“Hoje, há medicamentos específicos, a classe dos triptanos, mas eles são usados para interromper a crise quando ela já ocorreu. Não são preventivos”, diz Mário Peres, neurologista e professor do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e da Faculdade de Ciências da Saúde do Hospital Albert Einstein.

Como

As injeções foram produzidas a partir de pesquisas anteriores que demonstraram que pacientes com enxaqueca produziam maior quantidade de uma molécula: a CGRP, sigla para ‘Calcitonin gene-related peptide.

Essa molécula é formada por 37 aminoácidos e foi descoberta há 30 anos.

Os pesquisadores ‘clonam’ um anticorpo humano, que depois é treinado para reconhecer qualquer estrutura de interesse e eliminá-la.

Daí eles treinaram anticorpos para reconhecer CGRP e, então, bloquear a ação da molécula, o que faz diminuir a dor.

No “New England Journal of Medicine”, os estudos testaram duas injeções: o Erenumabe e o Fremanezumabe.

Erenumabe

Na pesquisa com o erenumabe, foram recrutadas 955 pessoas: 317 receberam uma injeção subcutânea de 70mg; 319 receberam 140mg do medicamento; e 319 receberam placebo (substância sem a droga).

Pacientes que receberam 140mg do medicamento relataram uma redução de 50% ou mais no número médio de dias de crises de enxaqueca por mês.

Já o grupo de 70 mg relatou redução de 43,3%, e o grupo placebo relatou redução de 26,6%.

Os pacientes também relataram melhora na capacidade de realizar as atividades diárias, redução da intensidade da crise e diminuição no número de medicamentos utilizados para interromper a dor.

De modo geral, eles toleraram o medicamento e relataram dor no local da aplicação da injeção.

Fremanezumabe

Já com o fremanezumabe, cientistas recrutaram 1130 pacientes: 376 receberam o fremanezumabe trimestralmente, 379 receberam o medicamento mensalmente e 375 receberam um medicamento placebo.

Pacientes que tomaram a injeção trimestralmente relataram diminuição de 50% no número médio de crises de enxaqueca por mês. No grupo que tomou uma vez por mês, a redução foi de 41%, e no grupo placebo a redução foi de 18%.

Além de dor no local da injeção, foram observadas anormalidades de função hepática em 5 pacientes em cada grupo que recebeu o medicamento e de 3 pacientes no grupo placebo.

FDA e Anvisa 

Mário Peres, que acompanha os estudos com a molécula, estima que uma das injeções, a erenumabe, será aprovada no primeiro semestre de 2018 no FDA – o órgão que regula medicamentos nos Estados Unidos – e no segundo semestre pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Segundo o médico, a principal vantagem das novas drogas é a quase ausência de efeitos colaterais.

Ele explica que medicamentos usados hoje para a prevenção podem causar perda de peso, problemas de memória (topiramato) ou ganho de peso (amitriptilina), dentre outros efeitos.

Com informações do G1

Comercial
Notícias Relacionadas
Comercial
Últimas Notícias
Comercial
Mais Lidas
Comercial
Mais Notícia Boa
Comercial