Dieta Mind mostra alimentos para combater Alzheimer e derrame

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Por Só Notícia Boa
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Foto: Pixabay

Uma dieta que combina o cardápio mediterrâneo e o de combate à hipertensão arterial pode evitar o declínio cognitivo – comum em pessoas com Alzheimer.

É a chamada Dieta Mind – Dieta para a Mente, em tradução livre – idealizada pelo Centro Médico da Universidade de Rush, nos Estados Unidos.

Pesquisadores fizeram testes com sobreviventes de derrame e descobriram que o regime tem resultados substanciais. O estudo preliminar foi apresentado na Conferência Internacional da Associação Americana de Derrame deste ano.

Ele indica uma dieta desenhada para estimular a saúde cerebral com alimentos como vegetais, frutas vermelhas, peixe e azeite. (veja abaixo a lista na íntegra)

Como

A dieta Mind  combina o cardápio mediterrâneo e o Dash, sendo que esse último é focado no combate à hipertensão arterial.

O programa alimentar do Centro Médico da Universidade de Rush foi proposto, pela primeira vez, na década passada e, até agora, há poucos trabalhos que atestem sua eficácia.

Baseada no conhecimento que se tem sobre alimentos bons para o cérebro, a Mind lista 10 itens saudáveis:

  • folhas verdes
  • vegetais
  • nozes
  • frutas vermelhas (berries)
  • feijões
  • grãos integrais
  • peixe
  • ave
  • azeite de oliva e
  • vinho

A Dieta Mind lista cinco grupos que devem ser evitados:

  • carne vermelha e derivados
  • manteiga e margarina
  • queijo
  • doces e
  • frituras/fast food

Quantidades

No programa, a pessoa deve comer ao menos três porções de grãos integrais, uma salada e outro vegetal diariamente, acompanhados por uma taça de vinho.

Quase todos os dias, deve consumir nozes e alternar feijões.

Aves e berries têm de estar no cardápio ao menos duas vezes por semana; e peixe, uma vez.

Em relação aos alimentos não saudáveis, é preciso evitá-los ao máximo.

A pesquisa

Para verificar se a dieta poderia beneficiar pacientes de Alzheimer, a neurologista vascular Laurel J. Cherian, professora de ciências neurológicas do Centro Médico da Universidade Rush, desenvolveu um estudo com sobreviventes de derrame cerebral – essas pessoas têm duas vezes mais risco de evoluir para demência comparadas à população em geral.

Um estudo anterior havia indicado que aquelas que aderiram à dieta Mind apresentaram performance cognitiva equivalente à de indivíduos 7,5 anos mais jovens em relação ao grupo que não adotou esse regime.

“Fiquei intrigada com esse resultado, que me fez imaginar se isso poderia se repetir no caso dos sobreviventes de derrame”, explica.

Cherian testou 106 sobreviventes para declínio cognitivo, incluindo habilidades de pensar, raciocinar e recordar.

Todos os anos, os voluntários refaziam os exames (o tempo médio do estudo foi de 5 anos) e tinham monitorados hábitos alimentares, sendo divididos entre os que realmente aderiram à Mind, os que adotaram o programa moderadamente e aqueles que não levaram a dieta muito a sério.

Os pesquisadores também consideraram os fatores que podem afetar a performance cognitiva, como idade, gênero, nível educacional, participação em atividades de estímulo cerebral, prática de exercício físico, tabagismo e genética.

Resultado

O resultado mostrou que aqueles mais firmes no programa tiveram, no período do estudo, uma taxa de declínio cognitivo “substancialmente” menor que as pessoas que aderiram menos à dieta.

Esses efeitos foram mantidos quando se consideravam os fatores de ajuste.

“Acredito que a dieta Mind é uma forma de ‘sobrecarregar’ o conteúdo nutricional que ingerimos. O objetivo do programa é enfatizar alimentos que não apenas vão proteger contra doença coronariana e derrame, mas preservar a cognição à medida que são voltados à saúde do cérebro”, diz Cherian.

Alzheimer

De acordo com ela, nutrientes como folato, vitamina E, ômega-3, carotenoides e flavonoides estão associados com taxas menores de declínio da cognição, ao mesmo tempo em que gorduras saturada e hidrogenada (como margarina) estão fortemente ligadas à demência.

“Nosso estudo sugere que, se escolhermos os alimentos corretos, poderemos proteger os sobreviventes de derrame do declínio cognitivo. Esse é um estudo preliminar que, esperamos, vai ser confirmado por outros estudos. Por ora, acredito que haja informação suficiente para encorajar pacientes de acidente vascular cerebral a enxergar o alimento como uma de suas mais poderosas ferramentas para incrementar a saúde cerebral”, diz.

A principal idealizadora da dieta Mind, a epidemiologista nutricional Martha Clare Morris, afirma que, para se proteger contra o Alzheimer, o ideal é adotar essa dieta por toda a vida.

“Quanto mais tempo uma pessoa consome a dieta, menor risco terá de desenvolver o mal. Assim como no caso de outros hábitos saudáveis, como a prática de exercícios físicos, você se manterá mais saudável se estiver fazendo a coisa certa por mais tempo.”

Com informações do UAI