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Agente penitenciário transforma vida de filhos de detentos com basquete
5 de setembro de 2020
- Só Notícia Boa
Cláudio e uma aluna - Foto: divulgação
Cláudio e uma aluna - Foto: divulgação

É na quadra que um agente penitenciário e ex-jogador transforma a vida de filhos de pais que estão na cadeia.

O basquete foi para Cláudio dos Reis o esporte que abriu portas, o levou a conhecer o mundo, um jeito de se manter disciplinado, atento… e ele quis mostrar esse caminho para crianças e jovens sem oportunidade, que têm como referência pais atrás das grades.

Hoje, jogar basquete é o caminho que leva esses garotos a um lugar distante das celas e prisões, onde Cláudio trabalha.

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“Alguns detentos quando cumprem suas penas vão para a quadra ver seus filhos jogar. Me olham nos olhos e dizem que não cabe em palavras a gratidão que eles sentem. Nem se me oferecessem pagar um alto salário para fazer o que eu faço, eu aceitaria. Isso não tem preço!”, disse o idealizador do projeto ao Caçadores de Bons Exemplos, parceiro do SóNotíciaBoa.

O início

Cláudio dos Reis seguiu carreira militar por um tempo, investiu em cursos públicos, mas o desejo de fazer mais, usando o esporte, sempre esteve ali.

Ao se tornar agente penitenciário e pai, a vida dele mudou. O convívio com detentos e a realidade dos filhos deles – que viam no caminho dos pais o único possível – fez com que Cláudio entendesse que tinha chegado a hora de usar o esporte como forma de aproximação com aqueles meninos e meninas.

“Muitas vezes, eu usava o momento da revista, antes da visita, para falar sobre o basquete e convidar aqueles garotos”, lembra Cláudio.

Adote 1 Atleta

O trabalho do Adote 1 Atleta começou aos poucos em Aquidauana, no Mato Grosso do Sul.

Os jogos eram na rua e as bolas eram velhas. Cada dinheiro que sobrava era investido em tabelas e acessórios de jogo. Nascia uma disputa: dificuldade x força de vontade.

“Quando chegamos a Aquidauana, no Mato Grosso do Sul, Cláudio fazia quase o impossível para garantir o projeto funcionando. Usava a quadra de uma escola abandonada e, por muitas vezes, ele era o único responsável por mais de 60 crianças em quadra. Era bonito ver que a dificuldade não o impedia de sonhar. Ele colocava em prática o discurso de que não precisa esperar ter dinheiro ou estrutura para começar. Ele simplesmente doava tudo que tinha, tudo de si!”, contam Iara e Eduardo, Caçadores de Bons Exemplos.

10 anos

São 10 anos dedicados ao basquete, que hoje tem um novo significado para a comunidade. Já não é mais um jogo de elite, ou uma atividade física.

Hoje, o projeto conquistou um espaço próprio, uma estrutura completa com equipamentos, vestuário, uniforme e tudo que um grande time precisa ter.

Mas, mesmo com tudo isso, não perdeu o mais importante: a certeza de que com amor e força de vontade, as coisas podem seguir caminhos diferentes e ter um final nada óbvio.

Eduardo, Cláudio e Iara - Foto: divulgação
Eduardo, Cláudio e Iara – Foto: divulgação

Por Rinaldo de Oliveira, da redação do SóNotíciaBoa – com Caçadores de Bons Exemplos

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