NASA anuncia 2 novas missões espaciais para Vênus

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Por Andréa Fassina
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Foto: NASA

Depois da Lua, de Marte, agora será a vez de Vênus. Após 30 anos, A NASA anunciou nesta semana 2 novas missões espaciais ao planeta mais quente do sistema solar.

A ideia é investigar se, de fato, nosso planeta vizinho teve condições parecidas com as da Terra. Essas duas missões, chamadas Davinci + e Veritas, devem partir “no período de 2028-2030”, informou a Agência Espacial dos Estados Unidos.

“Elas permitirão que a comunidade científica estude um planeta que não visitamos há mais de 30 anos”, disse o novo administrador da Nasa, Bill Nelson, durante o discurso anual para funcionários da agência.

Lembrando que os primeiros a chegarem a Vênus foram os soviéticos por meio de uma sonda.

Missões

Parte do Discovery Program da Nasa quer desvendar se Vênus foi o primeiro planeta habitável no Sistema Solar completo, com um oceano e um clima como o da Terra.

Essa incógnita faz parte dos 4 conceitos de missão que a Agência Espacial Norte-Americana escolheu em fevereiro de 2020, como parte da competição Discovery 2019.

As duas missões foram escolhidas com base em seu valor científico potencial e na viabilidade de seus planos de desenvolvimento.

A Nasa está concedendo aproximadamente US$ 500 milhões para o desenvolvimento da missão prevista para o período de 2028 e 2030.

Davinci+

A Davinci+ vai medir a composição da atmosfera de Vênus para entender como ela se formou e evoluiu, bem como determinar se o planeta já teve um oceano. A missão consiste em uma esfera que vai mergulhar na espessa atmosfera do planeta.

Ela fará medições precisas de gases nobres e outros elementos para entender por que a atmosfera de Vênus é uma estufa descontrolada em comparação com a da Terra.

Além disso, a Davinci+ retornará com as primeiras imagens de alta resolução das características geológicas únicas de Vênus conhecidas como “tesselas”, que podem ser comparáveis aos continentes da Terra, sugerindo que Vênus tem placas tectônicas.

Essa será a primeira missão liderada pelos EUA à atmosfera de Vênus desde 1978. Se tudo der certo, os resultados da Davinci+ poderão remodelar nossa compreensão da formação de planetas terrestres em nosso Sistema Solar e além.

Veritas

A Veritas vai mapear a superfície de Vênus para determinar a história geológica do planeta e entender o motivo de o planeta ter desenvolvido de forma tão diferente da Terra.

Orbitando Vênus com um radar de abertura sintética, a Veritas vai mapear as elevações da superfície de quase todo o planeta para criar reconstruções 3D da topografia e confirmar se processos como placas tectônicas e vulcanismo ainda estão ativos em Vênus.

A sonda também vai mapear as emissões infravermelhas da superfície de Vênus para conhecer seu tipo de rocha e determinar se vulcões ativos estão liberando vapor d’água na atmosfera.

Além da participação do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, a missão contará com a colaboração de instituições de Alemanha, Itália e França.

“Estamos acelerando nosso programa de ciência planetária com intensa exploração de um mundo que a Nasa não visita há mais de 30 anos”, disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da Nasa para a ciência.

Futuro da Terra

Os cientistas querem entender por que Vênus, antes habitável, acabou inabitável.

“Usando tecnologias de ponta que a Nasa desenvolveu e refinou ao longo de muitos anos de missões e programas de tecnologia, estamos inaugurando uma nova década de Vênus para entender como um planeta semelhante à Terra pode se tornar uma estufa.

Nossos objetivos são profundos. Não é apenas compreender a evolução dos planetas e a habitabilidade em nosso Sistema Solar, mas estender além dessas fronteiras para exoplanetas, uma área emergente e empolgante de pesquisa para a Nasa.”

“É espantoso o quão pouco sabemos sobre Vênus. Mas os resultados combinados dessas missões nos trarão revelações sobre o planeta, desde as nuvens em seu céu, passando pelos vulcões em sua superfície, até o centro”, disse Tom Wagner, cientista do Discovery Program da Nasa.

“Será como se tivéssemos redescoberto o planeta”, concluiu

Com informações da Revista Planeta