Duas idosas perdidas, com Alzheimer, são salvas no RS e no DF

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Por Rinaldo de Oliveira
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Dona Joaquina, de 86 anos estava perdida na rodoviária e graças aos agentes voltou para casa - Foto: reprodução / Instagram

Veja como é importante estar atento na rua e ter atitude. Duas senhoras com Alzheimer, que estavam perdidas na rua, foram salvas e voltaram para casa em segurança, na semana passada: uma em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul e outra em Brasília, no Distrito Federal.

No caso de Porto Alegre, a senhora tinha 86 anos e estava perdida na rodoviária da capital. Agentes de fiscalização de trânsito (EPTC) estranharam quando viram a mulher de pijama e pantufa na rua, na última quinta, 29.

Eles foram conversar com a idosa e ela contou que estava perdida. Ainda assustada, a senhora não lembrava o próprio nome, nem onde morava, mas lembrou o nome do genro dela e disse que ele é advogado.

Foi o ponto de partida para os agentes começarem a busca pela família dela. Depois de algumas pesquisas no Google, eles localizaram os familiares e descobriram o nome dela: dona Joaquina.

Seis horas depois de perdida e angustiada, dona Joaquina voltou para os braços da família. Ela reencontrou as filhas na rodoviária, que a levaram em segurança para casa.

“Obrigada EPTC, pelo cuidado, dedicação e atenção com a mãe”, agradeceu Edna Afonso, uma das filhas da dona Joaquina.

“Parabéns aos agentes Júlio, Veiga, Adriano e toda equipe da EPTC pelo atendimento e, principalmente, pelo comprometimento com a profissão. Vocês foram os heróis de hoje!”, escreveu a página da prefeitura de Porto Alegre no Instagram.

Aconteceu com a gente em Brasília

Também na semana passada, nós do Só Notícia Boa – eu, Rinaldo e minha filha Lorena – passamos por uma situação idêntica aqui em Brasília.

Uma senhora bem vestida, com cabelinho arrumado, estacionou o carro dela ao lado do meu, no final da Asa Sul. Ela me disse que era médica aposentada, que tinha saído para ir ao banco, mas estava perdida. A idosa pediu ajuda para voltar para casa.

Conversando, eu percebi que a dona Ana se esquecia a todo momento de várias palavras, enquanto tentava me explicar o que havia acontecido. Na hora eu desconfiei que ela poderia ser Alzheimer.

Para encurtar a história, ela disse o nome do condomínio onde mora, na Vila Planalto e nós acompanhamos a idosa até a casa dela.

A confirmação do Alzheimer

Quando chegamos no bairro ela parou o carro para dizer que estava tudo bem e que já estava no bairro onde mora. Nós aproveitamos para perguntar se ela tinha algum familiar, ou uma amiga e o número do telefone dela.

E por sorte a “amiga” que ela lembrou, ao acessar o WhatsApp, era justamente a terapeuta que a atende.

Nós pedimos para conversar com ela e atendente que estava na linha ficou surpresa com a história.

Ela revelou que realmente a idosa tem Alzheimer, se trata virtualmente na clínica, mas que ela nunca tinha saído antes com o carro para dirigir sozinha.

“Vocês foram anjos na vida dela. Muito obrigado”, agradeceu a recepcionista.

A chegada em casa

Nós insistimos para levar dona Ana até a porta do condomínio onde ela mora. Ela ficou toda feliz quando chegou na portaria. A idosa se lembrou que ali era a casa dela e pediu para a equipe da portaria liberar nossa entrada.

Ela se lembrou também do prédio onde mora e seguiu com o carro para a garagem.

No outro dia

Mas a história da dona Ana, perdida com um carro na rua, não saía da nossa cabeça.

Preocupados, nós ligamos para a clínica no dia seguinte. Soubemos que foi pedida ajuda à família dela, que mora em outro estado.

Naquele dia, eles foram informados de que o estágio da doença dela tinha evoluído e que a senhora não pode mais viver sozinha com a irmã mais velha aqui em Brasília.

Ter ajudado a dona Ana a voltar para casa em segurança fez a gente ganhar o dia e, apesar de não termos feito foto nem vídeo, nunca mais vamos esquecer dela, mesmo que ela não se lembre mais da gente.