Nova terapia usa ondas sonoras para destruir tumores cancerígenos

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Por Andréa Fassina
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histotripsia e usa ondas de ultrassom para destruir o tecido contaminado de forma não invasiva Foto: Universidade de Michigan

Uma nova tecnologia à base de ultrassom, frequências de ondas sonoras não invasivas, conseguiu “decompôr” os tumores hepáticos em cobaias, matando a maior parte das células cancerosas.

Com 50% e 75% do volume do tumor no fígado sendo eliminado, o sistema imunológico dos ratos foi capaz de reagir e eliminar o restante, sem evidências de recorrência ou de metástases em mais de 80% dos animais. E mais: o procedimento também evitou que o câncer se espalhasse.

Esta técnica, relativamente nova, está sendo avaliada em um teste de câncer de fígado humano nos Estados Unidos e na Europa. O estudo foi publicado na revista Science.

“Mesmo que não tenhamos como alvo o tumor inteiro, ainda podemos fazer com que o tumor regrida e também reduzir o risco de metástases futuras,” disse o professor Zhen Xu, da Universidade de Michigan (EUA), que está desenvolvendo a tecnologia.

Metástase

Os resultados também mostraram que o tratamento estimulou as respostas imunes dos animais, possivelmente contribuindo para a eventual regressão da porção não alvejada do tumor e prevenindo a disseminação do câncer, a chamada metástase.

A expectativa é que este avanço possa ser traduzido para os humanos, levando a melhores resultados para os pacientes do que os tratamentos atuais.

Como é o tratamento

O tratamento, chamado histotripsia, consiste em focalizar ondas de ultra-som, de forma não invasiva, para destruir mecanicamente o tecido alvo, tudo com precisão milimétrica.

Em muitas situações clínicas, a totalidade de um tumor canceroso não pode ser alvejada diretamente por razões que incluem o tamanho, a localização ou estágio da massa.

“A histotripsia é uma opção promissora que pode superar as limitações das modalidades de ablação atualmente disponíveis e fornecer ablação não invasiva do tumor do fígado segura e eficaz,” disse o Dr. Tejaswi Worlikar.

“Esperamos que nossos aprendizados com este estudo motivem futuras investigações de histotripsia pré-clínica e clínica em direção ao objetivo final da adoção clínica do tratamento de histotripsia para pacientes com câncer de fígado”, concluiu o cientista.

Com informações do Diário da Saúde