Vírus da herpes modificado injetado em tumor freia câncer terminal. Técnica inovadora

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Por Rinaldo de Oliveira
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A terapia experimental, com vírus da herpes modificado, reduziu cânceres de pele, esôfago, cabeça e pescoço - Foto: Getty Images

Esperança contra o câncer terminal. Um tratamento experimental e inovador mostrou que o vírus da herpes modificado é capaz de atacar as células doentes e, assim, reduzir ou acabar com tumores em pacientes em quadros críticos.

E o mais curioso: a terapia é feita com uma forma geneticamente modificada do vírus da herpes, aquele que causa feridas na boca.

O estudo impressionante é de cientistas do Institute of Cancer Research, ligado à Universidade de Londres, no Reino Unido e já conseguiu frear vários tipos de câncer em pacientes considerados terminais.

Reduziu o câncer

Um terço dos voluntários que participaram do estudo teve o crescimento do câncer interrompido ou diminuído após o tratamento.  Um paciente com câncer de glândula salivar viu o tumor desaparecer completamente e permaneceu livre do câncer por 15 meses após o início do tratamento.

Sete dos 30 pacientes que receberam o medicamento e a imunoterapia com nivolumab também melhoraram ao final dos testes.

Seis deles não tiveram progressão da doença em 14 meses.

Câncer de pele, esôfago, cabeça e pescoço

No estudo, apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO), os pesquisadores explicam que o vírus herpes simplex enfraquecido, chamado de RP2, foi injetado diretamente no tumor de 39 pacientes diagnosticados com câncer de pele, esôfago ou de cabeça e pescoço.

E o vírus conseguiu atacar o tumor de duas formas: invadindo as células e se multiplicando, fazendo com que elas explodissem por dentro; e estimulando o sistema imunológico dos pacientes, aumentando sua capacidade de matar as células cancerígenas.

“Os vírus são um dos inimigos mais antigos da humanidade, como todos vimos durante a pandemia. Mas nossa nova pesquisa sugere que podemos explorar alguns dos recursos que os tornam adversários desafiadores para infectar e matar células cancerígenas”, disse o professor Kristian Helin, executivo-chefe do Instituto de Pesquisa do Câncer, em comunicado.

Com informações do Metrópoles