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Perna biônica comandada pelo cérebro faz amputado recuperar marcha natural
7 de julho de 2024
- Vitor Guerras
O primeiro teste de perna biônica foi um sucesso. Foto: Herr/Nature Medicine.
O primeiro teste de perna biônica foi um sucesso. Foto: Herr/Nature Medicine.

O primeiro teste com perna biônica no mundo controlada pelo cérebro mostrou resultados incríveis. Além de andarem mais rápido, as pessoas amputadas conseguiram subir escadas e ultrapassar obstáculos com mais facilidade.

Como a prótese simplesmente se move após o usuário pensar em fazer uma ação, o padrão de caminhada é mais natural, estável e rápido. Durante os testes, os pesquisadores perceberam um aumento de 41% na velocidade em comparação com uma prótese tradicional.

“Eles não só poderão andar em uma superfície plana, mas também poderão fazer caminhadas ou dança porque terão controle total sobre seus movimentos”, disse Hugh Herr, co diretor do K Lisa Yang Center for Bionics no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

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Exige cirurgia

Para usar o dispositivo, é exigido uma nova cirurgia de amputação abaixo do joelho, conhecida como interface mioneural agonista-antagonista (AMI).

Essa cirurgia salva dois pares de conexões musculares. Em uma perna saudável, esses são os músculos responsáveis para flexionar o pé e inclinar o membro de um lado para o outro.

Quando um paciente passa por uma cirurgia AMI, os músculos residuais são reconectados em vez de cortar as conexões. Assim, as contrações musculares dos pacientes são traduzidas em movimentos do tornozelo eletricamente acionado.

Além disso, a cirurgia inovadora para a perna biônica proporciona aos pacientes uma redução da dor e da atrofia muscular. O processo pode ser feito quando o membro é removido pela primeira vez, mas os músculos também podem ser reconectados posteriormente.

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Estudo com pacientes

Recém publicado na Nature Medicine, o estudo com sete pacientes mostrou que os usuários sentiram que a prótese era parte mais integrada de seus corpos.

“Quando uma prótese não é controlada pelo cérebro, os pacientes a veem como uma ferramenta, assim como um carpinteiro vê seu martelo. Quando uma pessoa pode controlar e sentir diretamente o movimento da prótese, ela realmente se torna parte de sua autonomia. Isso é uma experiência emocional para os indivíduos que passam por esse procedimento”, disse Hugh ao MIT.

Durante os testes, os pesquisadores registraram todo o processo em vídeo. Nas imagens, é possível ver os pacientes se adaptando facilmente ao subir e descer escadas, por exemplo.

Esses 7 pacientes que passaram pelos primeiros testes, ajudaram com feedbacks positivos sobre como a prótese pode ser melhorada.

Motivação pessoal

Hugh tem uma motivação pessoal para o projeto. Ele é amputado duplo e perdeu as duas pernas devido a um congelamento severo durante uma viagem de escalada em 1982.

Apesar de ter sofrido a amputação há décadas, o professor está decidido a, assim que possível, fazer a AMI.

“Pretendo fazer as duas pernas nos próximos anos”, confessou.

Futuro e ampliação

Segundo a equipe do MIT, a prótese biônica deve virar uma versão comercial dentro de cinco anos

Os pesquisadores também querem ampliar os testes.

“Isso melhorará significativamente o atendimento clínico para muitos pacientes no mundo todo. Estamos muito dedicados a disponibilizar essa tecnologia para os pacientes que precisando dela”, contou o professor.

Veja o vídeo disponibilizado pelos pesquisadores:

Com a cirurgia especial, os amputados podem controlar a prótese com o cérebro. Foto: Nature Medicine.
Com a cirurgia especial, os amputados podem controlar a prótese com o cérebro. Foto: Nature Medicine.
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