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Inédito: primeira voluntária recebe vacina contra câncer de mama
10 de julho de 2024
- Renata Dias
Maria Kinsey, de 67 anos, foi a primeira voluntária a receber a vacina contra o câncer de mama. Agora, mais 50 voluntárias vão testar o novo imunizante nos Estados Unidos. - Foto: Universidade de Pittsburgh (EUA)
Maria Kinsey, de 67 anos, foi a primeira voluntária a receber a vacina contra o câncer de mama. Agora, mais 50 voluntárias vão testar o novo imunizante nos Estados Unidos. - Foto: Universidade de Pittsburgh (EUA)

Pela primeira vez, uma vacina contra o câncer de mama está em andamento e uma voluntária recebeu o imunizante. A medicação foi aplicada em uma idosa diagnosticada com a doença – carcinoma ductal in situ – em “estágio 0”, ou seja, em estágio pré-câncer.

A voluntária Maria Kitay, de 67 anos, recebeu o ciclo completo do imunizante. Agora, mais 50 voluntárias devem testar a nova vacina, comemorada pelos cientistas que se dedicam à pesquisa há mais de três décadas. O estudo inédito é desenvolvido pelo Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos (EUA).

“Hoje, mais de 30 anos de pesquisa nos levaram ao primeiro ensaio clínico de uma vacina desse tipo que pode mudar significativamente o diagnóstico de câncer de mama”, disse Elizabeth Wild, presidente do UPMC Hillman Cancer Center, em coletiva de imprensa na UPMC Magee- Hospital da Mulher.

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Como funciona

A vacina depende da proteína MUC1, que pode desencadear uma resposta imune e ser útil para atingir certos tipos de câncer, descobriram as décadas de pesquisa.

“Nossa abordagem com esta vacina é ensinar o sistema imunológico a identificar as células pré-cancerígenas e atacá-las antes que elas se transformem em câncer invasivo”, disse a médica Emilia Diego, professora associada de cirurgia, vice-presidente de diversidade e inclusão e chefe de seção de cirurgia de mama na divisão de oncologia cirúrgica de mama do Departamento de Cirurgia.

A intenção é prevenir a doença, disse a pesquisadora.

“Esta é uma maneira muito inovadora de abordar um diagnóstico de câncer de mama, especialmente o diagnóstico pré-câncer, onde podemos preveni-lo com a vacina eventualmente. O objetivo de longo prazo é prevenir o câncer, e as mulheres que estão participando deste teste realmente vão nos ajudar a fazer isso de uma vez por todas”, afirmou.

A vacina e a voluntária

Maria Kitay recebeu três injeções da vacina por 10 semanas, a terceira dose foi administrada no dia 20 de junho.

Ela recebeu suas doses de vacina 12, 10 e duas semanas antes da cirurgia. A idosa prosseguirá em 15 dias com cirurgia e outros tratamentos do tipo padrão.

A pesquisa deve testar o imunizante em mais 50 voluntárias, como Kitay, para avaliar se elas desenvolvem uma resposta imunológica, combatendo um câncer futuro.

Os pesquisadores esperam que a nova vacina inicie uma resposta imune para pessoas com carcinoma ductal in situ (DCIS) em estágio 0, considerado um diagnóstico pré-câncer.

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Como foi financiada.

O teste da vacina foi iniciado por uma doação de US$ 100 mil da A Glimmer of Hope Foundation, sediada em Pittsburgh.

Depois, a clínica obteve mais US$ 2,1 milhões em doações da Breast Cancer Research Foundation, a maior financiadora de pesquisas sobre câncer de mama no mundo.

Isso permitiu que a equipe abrisse o teste para 50 pacientes em sua primeira fase.

As próximas voluntárias receberão três doses da vacina junto com os padrões de tratamento para o câncer de mama.

Aí, elas terão a cirurgia recomendada que qualquer outro paciente receberia mesmo após a vacina ser administrada, segundo a Universidade de Pittsburgh.

Exame de mamografia é fundamental para as análises de suspeitas de câncer de mama, uma voluntária recebeu a vacina contra a doença. Foto: Freepik
Exame de mamografia é fundamental para as análises de suspeitas de câncer de mama, uma voluntária recebeu a vacina contra a doença. Foto: Freepik
Vacina contra o câncer de mama é aplicada em três doses por 10 dias, mais 50 voluntárias vão testar. Foto: Universidade de Pittsburgh (EUA)
Vacina contra o câncer de mama é aplicada em três doses por 10 dias e mais 50 voluntárias vão testar. – Foto: Universidade de Pittsburgh (EUA)
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