Jovem sem computador, que trabalhava 10 horas por dia, é aprovado em 2 universidades; superação

Mesmo enfrentando uma rotina exaustiva de trabalho, estudo e poucas horas de sono, o jovem cearense Marcos Antônio do Nascimento Gomes, de 22 anos, não deixou que as dificuldades o impedissem de sonhar e ser aprovado em duas universidades no Ceará.
Morador de Fortaleza e ex-aluno da rede pública, ele se dividia em dois empregos e dormia apenas 4 horas por dia… e valeu a pena o sacrifício! Durante boa parte da juventude, Marcos trabalhou à noite em uma hamburgueria, estudava à tarde e ainda era monitor de Matemática pela manhã.
E, mesmo com a rotina puxada e sem computador, ele entrou na universidade. Hoje, é aluno do curso de Tecnologia da Informação, com bolsa integral do Prouni, e também foi aprovado para Matemática no IFCE.
Infância difícil
A virada na vida de Marcos começou ainda no Ensino Fundamental, quando os pais se separaram e a mãe, com problemas de saúde mental, precisou voltar para o interior.
Foi o começo de uma nova fase: com a família desmembrada, ele passou a morar com dois irmãos e uma cunhada, e teve que buscar trabalho desde cedo para se sustentar.
No segundo ano do Ensino Médio, Marcos trabalhava das 18h30 às 4h30 da manhã em uma hamburgueria. À tarde, ia para a escola e, pela manhã, era monitor de Matemática. “Tinha dias que eu nem sabia o que estava fazendo direito”, lembra, em entrevista ao DN. Mesmo exausto, ele não perdia os aulões de sábado para seguir firme nos estudos.
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Apoio da escola
O incentivo da equipe da Escola Dr. César Cals foi fundamental. O coordenador Geh Rubens o orientou, ajudou a encontrar cursos e nunca deixou de acreditar no potencial do Marcos.
Também descobriu a paixão dele por Matemática e Tecnologia, o que o motivou a tentar o Enem mesmo achando que não conseguiria.
Em 2023, Marcos foi aprovado em Matemática no IFCE, em Caucaia, e em Tecnologia da Informação em uma universidade particular, com bolsa integral.
Optou por TI e, agora, segue estudando com garra, mesmo sem ter um computador.
Ele assiste às aulas pelo celular e trabalha em um restaurante para se manter.
“Quero abrir minha própria empresa um dia”, disse.
