Ozzy Osbourne morre dias após show que doou milhões para crianças e doentes; homenagem

Ozzy Osbourne se despediu dos palcos e da vida como viveu: com intensidade, emoção e um gesto gigante de amor ao próximo. O astro do rock morreu na manhã desta terça, 22, aos 76 anos, cercado pela família, segundo comunicado oficial. A notícia abalou fãs do mundo inteiro, ainda emocionados com a última apresentação dele, realizada no dia 5 de julho, em Birmingham, Inglaterra.

O show marcou a reunião de Ozzy com o Black Sabbath após 20 anos e teve um significado especial: toda a renda do evento, que somou impressionantes US$ 190 milhões (mais de R$ 1 bilhão), será destinada a crianças e pessoas doentes. O vocalista, que lutava contra o Parkinson desde 2003, não conseguia mais andar, mas fez questão de subir ao palco, sentado em um trono de morcego, e cantar para uma multidão apaixonada.

A apresentação foi descrita por amigos e fãs como o “encerramento perfeito de uma lenda”. O diretor musical do evento, Tom Morello, disse que o objetivo era criar o maior dia da história do heavy metal – e conseguiu. O mundo agora se despede do Príncipe das Trevas com aplausos, lágrimas e gratidão, de vários famosos inclusive.

Homenagens a Ozzy

Despedida com solidariedade

O último desejo de Ozzy Osbourne foi usar a voz para algo ainda maior: ajudar o próximo. O cantor pediu que toda a renda do show fosse doada a instituições que cuidam de crianças e pessoas com doenças crônicas. Entre os beneficiados estão o Birmingham Children’s Hospital, o Acorn Children’s Hospice e a fundação Cure Parkinson’s, que atua na busca pela cura da doença que o afetou por mais de 20 anos.

Mesmo debilitado, Ozzy demonstrou coragem e generosidade. Sua filha, Kelly Osbourne, revelou nas redes sociais que o pai mal conseguia se mover dias antes da apresentação. Ainda assim, ele fez questão de comparecer e agradecer ao público com a frase que emocionou a todos:

“É tão bom estar neste palco, vocês não têm ideia.”

Back to the Beginning

A produção do espetáculo, batizado de Back to the Beginning, levou mais de um ano para ser organizada.

Tom Morello, guitarrista do Rage Against the Machine, foi o diretor musical e se declarou honrado por ter participado da homenagem ao maior nome do heavy metal. “Foi mais de um ano de trabalho duro, mas feito com amor. Birmingham é o verdadeiro lar do metal”, afirmou.

No palco, Ozzy entregou tudo o que podia. Cantou clássicos como Crazy Train, Mama, I’m Coming Home, Suicide Solution e Mr. Crowley. Ao lado do Black Sabbath, emocionou os fãs com Iron Man, War Pigs, N.I.B. e encerrou com Paranoid — um hino que agora soa como despedida definitiva.

A dor da perda

O comunicado da família, divulgado nesta manhã, confirmou o falecimento do ídolo.

“É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que temos que informar que nosso querido Ozzy Osbourne faleceu nesta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor. Pedimos a todos que respeitem a privacidade da nossa família neste momento”, diz o texto.

A causa da morte não foi divulgada, mas ele enfrentava sérios problemas de saúde desde que foi diagnosticado com Parkinson. Nos últimos anos, a mobilidade de Ozzy estava bastante comprometida, mas sua mente criativa e seu coração solidário seguiram fortes até o fim.

Legado eterno

John Michael “Ozzy” Osbourne marcou gerações com sua voz, presença de palco e autenticidade.

Do começo rebelde nos anos 1970 à consagração como lenda do rock, ele não apenas revolucionou o heavy metal — ele o encarnou. Mais do que isso, mostrou que até o mais sombrio Príncipe das Trevas pode ter um coração cheio de luz.

Ozzy se despediu da vida como um verdadeiro herói do rock: ajudando os outros, reunindo velhos amigos e celebrando sua arte até o último acorde. Fica a saudade, a música e um legado que jamais será esquecido.

 

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