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Pesquisadores descobrem múmias “defumadas” de 12 mil anos, mais antigas do que as do Egito

Rinaldo de Oliveira
26 / 09 / 2025 às 12 : 28
Pesquisadores descobriram na China e Indonésia múmias defumadas, um processo bem mais antigo do que o usado no Egito, que envolvia os corpos em bandagens. - Fotos: Divulgação/PNAS
Pesquisadores descobriram na China e Indonésia múmias defumadas, um processo bem mais antigo do que o usado no Egito, que envolvia os corpos em bandagens. - Fotos: Divulgação/PNAS

Mais uma revelação curiosa sobre a história da humanidade. Pesquisadores descobriram que o processo de mumificação com fumaça, as chamadas múmias defumadas, é bem mais antigo do que aquele usado no Egito, que envolvia os corpos em bandagens, há 4.500 anos.

Algumas múmias descobertas no Chile e Perú, datavam de mais de 10 mil anos. Mas as descobertas agora com vestígios de queimaduras na China, Vietnã, Filipinas, Laos, Tailândia, Malásia e Indonésia são ainda mais antigas, provavelmente de 12 mil anos atrás, diz um estudo publicado na revista científica “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

“Os ossos são muito antigos e é surpreendente descobrir que essa tradição seja tão antiga”, disse Hsiao-chun Hung, pesquisadora da Universidade Nacional Australiana em entrevista à Agência France Presse (AFP).

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Como era o processo

Os pesquisadores encontraram recentemente esqueletos enterrados em locais apertados e com vestígios de queimaduras na China, Vietnã, Filipinas, Laos, Tailândia, Malásia e Indonésia, regiões bastante úmidas.

Eles analisaram 54 sepultamentos de 11 locais da região. Os corpos estavam em posição agachada, com braços e pernas presos, e apresentavam marcas escuras em partes como crânio, cotovelos e pernas.

Exames mostraram que os ossos tinham sinais claros de terem sido expostos por muito tempo à fumaça e a um calor leve. Em 8 a cada 10 amostras, os ossos tinham alterações típicas de quem passou por esse processo de defumação, uma prática conhecida em partes de Papua, Indonésia.

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Ritual e significado cultural

Essa defumação dos corpos teria sido na época a “opção mais eficaz para preservar cadáveres em climas tropicais”, mas também tinha um significado cultural. O processo de exposição ao fogo brando e fumegante durava semanas ou meses, num ambiente coberto.

Depois, a múmia ficava em abrigos ou casas para só depois ser enterrada. Esse processo permitia que os familiares mantivessem contato com o falecido e muitos acreditavam que, dessa forma, o espírito poderia vagar livremente durante o dia e retornar ao corpo à noite.

“Isso reflete algo profundamente humano: o desejo eterno de que nossos entes queridos nunca nos deixem e permaneçam ao nosso lado para sempre”, disse Hung à AFP.

Outras civilizações

Em janeiro de 2019, a equipe do estudo fotografou múmias fumegadas preservadas por comunidades Dani e Pumo, em Wamena, na Papua.

Os corpos, guardados em casas e levados em ocasiões especiais, exibem a mesma postura muito flexionada e os sinais de compressão observados nos sepultamentos analisados pelos pesquisadores.

Exemplos de múmias defumadas encontradas do sul da China e da Indonésia. - Foto: Divulgação/PNAS
Exemplos de múmias defumadas encontradas do sul da China e da Indonésia. – Foto: Divulgação/PNAS
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