Jovem desenganado sai do coma, volta a correr e conquista pódio

Um verdadeiro milagre da vida. Este jovem brasileiro desenganado pelos médicos, ficou 9 dias em coma, teve 6 paradas cardiorrespiratórias, passou um mês internado, mas reaprendeu a falar, ler, escrever, andar e agora conquistou o segundo lugar uma corrida para pessoas com deficiência em Santos, Litoral Sul de São Paulo.
Arthur Felipe Pinheiro de Barros, de 33 anos, passou mal enquanto corria na rua, em Itanhaém, uma cidade próxima, em fevereiro de 2024. Ele teve uma parada cardiorrespiratória e foi salvo pelo fisioterapeuta Thiago Nunes, que passava pelo local e fez manobras de reanimação.
Mas o atleta deu a volta por cima, fez muita fisioterapia e, mesmo com sequelas cognitivas, conquistou na semana passada a segunda colocação em uma corrida na categoria Pessoa com Deficiência (PCD). “A neuroplasticidade é uma coisa maravilhosa. O cérebro nos surpreende a todo dia […]. Dia 21 de outubro, iremos fazer o caminho da fé. Ele que se prontificou a ir. Já fiz duas vezes, agora vou levar o milagre”, disse Eliana Rita Pinheiro de Barros, mãe de Arthur.
Perda da memória recente
A lesão foi muito forte e causou sequelas cognitivas pela falta de oxigênio no cérebro. Com isso, Arthur também perdeu a memória recente.
“Eu o vi entre a vida e a morte. Vi os médicos balançando a cabeça sem esperança, e vi também a força que ele teve para lutar. Cada sessão de fisioterapia, cada pequeno avanço, era uma conquista para nós dois. É um milagre vê-lo sorrindo, correndo e vivendo”, disse Gabrielle ao g1.
Em seis meses, com apoio da família e com diversas terapias diárias, Arthur voltou a andar, ler e falar, mesmo com dificuldade. “Em um ano, ele já tinha recuperado um pouco da memória”, disse Eliana.
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Voltou a correr
Arthur não quis abandonar o esporte e voltar a correr, para ele, é um renascimento. Arthur competiu graças a um cardiodesfibrilador implantável (CDI) que possui no tórax, implantado pela equipe médica para evitar novas arritmias.
Por cautela, ele usa relógio que controla os batimentos cardíacos e diminui o ritmo do exercício, quando necessário. “Cada corrida é uma vitória, um lembrete de que a vida me deu uma segunda oportunidade”, disse o jovem.
“Voltar a correr foi como renascer. Me disseram que eu talvez nunca mais andasse direito, quem dirá correr. Foram dias de dor, medo e muita luta. O desfibrilador me deu uma nova chance. Quando consegui dar meus primeiros passos, parecia impossível chegar até aqui”, disse Arthur ao g1, com auxílio da mulher dele, Gabrielle Zach de Barros.
Emoção da família
A mãe dele se emocionou ao ver o filho subir no pódio na corrida do último dia 4 de outubro.
“Eu tive um pouquinho de ansiedade, fiquei com medo de alguma coisa acontecer. Fiquei um tanto tensa e, quando acabou, me deu um alívio fora do comum”, afirmou.
Agora, Arthur se prepara para o caminho da fé, nesta terça, 21 de outubro, para levar o milagre dele adiante

