Histórico! Pela primeira vez nas olimpíadas, o Brasil terá uma delegação com maioria feminina. A competição internacional será realizada em Paris entre julho e agosto deste ano.
Segundo o Comitê Olímpico do Brasil, das 187 vagas conquistadas em 32 modalidades, 110 são preenchidas por mulheres e 61 por homens, além de outras 15 sem gênero definido, como no hipismo e revezamentos da natação.
Atletas como Rebeca Andrade na ginástica artística, Mayra Aguiar no judô, Rayssa Leal no skate, Ana Patrícia e Duda no vôlei de praia e Beatriz Ferreira no boxe, são alguns nomes fortes que podem trazer medalhas para o Brasil e inspirar meninas em todo o país.
Participação da mulher era desencorajada
Durante décadas, a participação das mulheres foi limitada e muitas vezes desencorajada.
Essa era uma visão do próprio fundador dos Jogos Olímpicos modernos, Pierre de Coubertin, que via as mulheres apenas como espectadoras nos eventos esportivos.
“Uma olimpíada com mulheres seria impraticável, desinteressante, inestética e imprópria”, disse Coubertin há cerca de 120 anos.
A frase pode chocar hoje, mas era um pensamento comum no século passado.
Primeira brasileira
Há 100 anos, a maioria dos esportes olímpicos eram exclusivamente praticados por homens.
Foi só em 1932, nas Olimpíadas de Los Angeles, que uma mulher brasileira participou dos jogos olímpicos.
Com 17 anos, a nadadora Maria Lenk se tornou a primeira a competir não só pelo Brasil, mas também como a única sul-americana.
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Medidas para mudar esse cenário
Ao longo das décadas, o Comitê Olímpico Internacional tem trabalhado para superar as barreiras de gênero.
Foi em 1991 que tomaram uma decisão histórica: todos os esportes incluídos nos Jogos Olímpicos deveriam contar obrigatoriamente com participação feminina.
Mais de duas décadas depois, em Londres-2012, todas as 204 federações nacionais levaram mulheres nas comitivas, um marco inédito e crucial para alcançar a tão almejada equidade de gênero.
Evolução
Desde então, o papel das mulheres no esporte tem passado por uma evolução gradual, mas significativa.
Saimos de uma representação de apenas 2,2% em 1900, na França, para um recorde de 48% em 2020, em Tóquio, e que deve aumentar ainda mais em Paris.
“Estamos prestes a celebrar um dos momentos mais importantes da história das mulheres nos Jogos Olímpicos e no esporte em geral”, disse o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach.