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Amor Patológico: depois da USP, Santa Casa do RJ começa a atender pacientes

Rinaldo de Oliveira
19 / 03 / 2012 às 00 : 00
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Se a vontade de estar com a pessoa amada foge ao controle; se o seu comportamento mais afasta o parceiro do que aproxima; se, em vez de recompensa, o amor traz prejuízo, isso pode ser amor patológico.
A conclusão é de Analice Gigliotti, chefe do Serviço de Dependência Química e Outros Transtornos do Impulso da Santa Casa do Rio.
Muitas vezes, o relacionamento é do tipo atração fatal: a pessoa quer encontrar o parceiro o tempo todo, sente ciúme, faz escândalo.
Em geral, ela sente um grande vazio dentro de si e fica tentando preencher com o outro.
Trata-se do chamado “Amor Patológico”, dependência comportamental capaz de causar tanto sofrimento quanto a compulsão por jogo, sexo ou comida.
É tão destrutiva quanto as dependências químicas.
Agora, pela primeira vez, o estado do Rio de Janeiro inaugura um serviço de atendimento ao amor patológico: fica na Santa Casa 
Em São Paulo a USP vem fazendo estudos nesta área desde 2006, simultaneamente à oferta de atendimento.
Usa a abordagem psicodramática: dois terapeutas mediam as conversas do grupo e investem na melhora da autoestima dos participantes, na expectativa de contribuir para que eles possam desenvolver relações interpessoais saudáveis, não só no campo amoroso.
Em poucas semanas, pela experiência da universidade paulista, já é possível observar uma melhora significativa: seus especialistas recomendam de 16 a 20 sessões de psicoterapia, e, no primeiro grupo tratado, os oito pacientes apresentaram de 40% a 80% de reversão em seu quadro patológico.
Entre as pessoas que procuram o serviço, a maior parte tem o mesmo perfil: são mulheres na faixa dos 40 anos, com bom grau de escolaridade, que sofreram abandono emocional na infância.
“Na amostra clínica, vimos que as primeiras pessoas a procurar ajuda foram aquelas mais bem informadas e desesperadas, porque o parceiro havia rompido ou ameaçado romper o relacionamento”, conta Eglacy Sophia, psicoterapeuta e supervisora do Setor de Amor e Ciúme Patológicos do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP.  “Quanto à personalidade, muitas têm alta impulsividade e espiritualidade. O fato de recebermos muitas mulheres pode ser explicado, em parte, porque elas costumam cuidar mais da saúde e têm propensão a buscar no parceiro a solução dos seus problemas.”
Além da profunda perturbação mental e do comportamento irracional, as vítimas de amor patológico podem ter sintomas físicos semelhantes aos observados nas síndromes de abstinência das dependências químicas e de outros tipos de transtornos comportamentais: agitação, falta de apetite, taquicardia, insônia.
Quanto mais a pessoa diversificar seus interesses, melhor: se ela trabalhar e tiver uma boa vida social, vai ser mais difícil adoecer.
Ainda não há pesquisas no Brasil dando conta do número de pessoas que sofre deste mal.
Sabe-se apenas que são muitas, e que o reconhecimento de que estão doentes é difícil, inclusive por falta de informação.
Detalhes em O Globo.

 

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