Autismo pode ser descoberto cedo, para ter tratamento

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Cientistas anunciaram nesta quarta-feira que podem ter descoberto os sinais mais precoces já detectados de autismo em crianças pequenas, ao observar bebês de dois meses que começam a evitar os olhos das outras pessoas.
Há muito tempo o desvio do olhar é considerado uma marca registrada de autismo, mas seu valor potencial como uma ferramenta de diagnóstico precoce ainda não havia sido explorado, escreveu uma equipe de cientistas em um artigo publicado na revista científica britânica Nature.
Os pesquisadores estudaram 110 crianças do nascimento até os dois anos de idade, usando tecnologia de rastreamento do olhar para medir a forma como olhavam para os rostos das pessoas.
Treze crianças foram depois diagnosticadas com algum transtorno do espectro autista (TEA).
“Em crianças pequenas diagnosticadas depois com autismo, nós vimos um declínio constante na intensidade com que olhavam para os olhos das mães ao longo dos dois primeiros anos de vida, até mesmo nos primeiros seis meses”, afirmou à AFP o co-autor do estudo Warren Jones, da Escola de Medicina da Universidade de Emory, em Atlanta (sul dos EUA).
Em algumas crianças, os sinais já poderiam ser observados aos dois meses de idade.
O contato visual é considerado uma parte importante da interação social e do desenvolvimento humano.
Os pesquisadores não só descobriram que desviar o olhar era algo presente em crianças autistas no início da vida, como constataram algo ainda mais importante: que o contato visual diminuiu com o passar do tempo, ao invés de estar presente desde o início.
“Ambos os fatores têm o potencial de mudar dramaticamente as possibilidades para futuras estratégias de intervenções precoces”, afirmou o co-autor Ami Klin, diretor do Centro de Autismo Marcus, também em Atlanta.
Com informações da BBC.
Tradução Kariane Costa
Matéria sugerida por Karen Gekker