Vacina contra herpes-zóster: já tem no Brasil

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Por Bruno M.
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Foto: WikiMedicaCommons/GNU
Muita gente não sabe, mas a vacina contra a herpes-zóster – doença que provoca muita dor, conhecida antigamente como cobreiro – já pode ser tomada aqui no Brasil.
Ela foi aprovada nos Estados Unidos em 2006 e chegou no Brasil 2014.
Infelizmente, ela ainda não é encontrada no SUS, portanto, só está disponível em clínicas particulares. Pergunte ao seu médico.
O preço é salgado: a dose custa em torno de R$ 400,00.
Mas vale à pena, segundo a geriatra Cristiane Comelato, membro titular da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Em entrevista ao portal Senhoras & Senhores, a médica garantiu: “Ela é bastante segura. Nos Estados Unidos, há estudos que mostram boas respostas tanto na diminuição do herpes-zóster, quanto da neuralgia pós-herpética.

A vacina ajuda a reduzir a incidência da doença e a atenuar a gravidade do quadro clínico, caso se manifeste.

Indicação
A vacina é indicada para adultos acima de 50 anos, contudo sabe-se que a resposta é ainda mais eficaz quando tomada entre 60 e 69 anos. A aplicação é no braço, por via subcutânea, em dose única. Por enquanto, ainda não há dados sobre a necessidade de reforço.

“Os estudos internacionais mostram uma redução da gravidade da doença e da duração do tempo da dor. Eles mostram também redução no aparecimento do herpes-zóster em aproximadamente 50% dos pacientes e diminuição da neuralgia pós-herpética em 70%. É bastante”, afirma a geriatra.

Pacientes que já tiveram a doença podem tomar a vacina: “Ela pode tomar a vacina, mas a recomendação é que espere ao menos um ano após o episódio. Se a pessoa teve herpes-zóster, é provável que a doença se manifeste novamente pois a recorrência é alta. Assim, a vacina ajuda a minimizar esta incidência e a diminuir a gravidade, caso ela volte.

Não devem tomar
Pessoas que têm alergia ou hipersensibilidade à gelatina ou à neomicina, utilizadas como veículos, não podem tomá-la. Além dessas, pacientes que estão com febre na vigência da vacinação, que tenham imunidade baixa, que estão fazendo quimioterapia, que tenham leucemia, linfoma, doenças imunossupressoras como o HIV e tuberculose ativa. Por fim, as grávidas não podem tomar de jeito nenhum por risco de malformação fetal”, alerta.

A doença
Trata-se de um tipo de infecção causada pelo mesmo vírus da catapora na infância, o varicela-zóster, que fica adormecido, alojado na coluna, e, com o envelhecimento, pode voltar. Ele causa bolhinhas ou vesículas de água na pele, que aparecem em áreas que nós médicos chamamos de dermátomos, ou seja, por onde passam os nervos. Há também muita dor. Após os 50 anos, o vírus pode ser reativado pela queda natural da imunidade no organismo. A essa condição chamamos de imunossenescência.

A médica lembra que só tem herpes-zóster quem teve catapora e, no Brasil, quase 97% da população teve contato com o vírus.

Por isso, o herpes-zóster é muito comum em pacientes que estão envelhecendo.

“Sabemos que um em cada três pacientes acima dos 60 anos vai ter um episódio de herpes-zóster ao menos uma vez na vida”, afirma

Sintomas
Os sintomas são diversos. O mais importante é uma dor aguda e debilitante, que dizem ser uma das piores que o ser humano pode sentir e é de difícil controle.
Aparecem bolhas e, depois que elas estouram, as feridas. Esses são os primeiros sintomas, segundo a geriatra.

“No geral, 70% das manifestações são nas costas ou no peito, 20% dos casos são na face (olhos e boca) e em 10%, nas pernas”. 

“Há pacientes que relatam ainda coceira, formigamento e queimação. Normalmente, a doença atinge só um lado do corpo”, lembra.

SUS
Em nota enviada ao SóNotíciaBoa.com.br, a assessoria do Ministério da Saúde informou que não há previsão de quando, ou se a vacina será disponibilizada na rede pública de saúde.

A herpes-zóster “é uma questão de saúde pública com certeza. Mas, como a chegada da vacina é recente, o SUS ainda não tem estudos com a população brasileira. No entanto, acredito que a longo prazo campanhas serão inevitáveis. A vacina é cara, mas quando o SUS reconhecer que são muito maiores os custos da internação, do antiviral, do analgésico, do anti-inflamatório e do tratamento tópico das lesões, creio que o benefício da vacinação será reconhecido”, acredita a médica.

Com informações do Senhoras&Senhores e SóNotíciaBoa