Toxina de vespa brasileira mata célula de câncer

Foto: Addicted2Hymenoptera/Flickr
Uma vespa brasileira pode ter um antídoto precioso contra o câncer.
O veneno da Polybia paulista, contém uma poderosa toxina que mata células de câncer, sem danificar células saudáveis.
Um grupo de cientistas da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de Leeds, na Inglaterra, descobriu exatamente como a toxina, chamada MP1, consegue abrir buracos exclusivamente nas células cancerosas, e destruí-las.
O estudo, publicado nesta terça-feira, 1, na revista científica Biophysical Journal, poderá inspirar a criação de uma classe inédita de drogas contra o câncer, segundo os cientistas.
De acordo com um dos autores do estudo, Paul Beales, da universidade inglesa, a toxina MP1 não afeta as células normais, mas interage com lipídios – moléculas de gordura – que estão distribuídos de forma anômala apenas na superfície das células de câncer.
Como
Ao entrar em contato com a membrana dessas células, a toxina abre buracos por onde escapam moléculas essenciais para seu funcionamento.
Terapias contra o câncer que atacam a composição de lipídios da membrana da célula seriam uma classe inteiramente nova de drogas antitumorais.
Isso poderia ser útil para o desenvolvimento de novas terapias combinadas, nas quais múltiplas drogas são utilizadas para tratar um câncer atacando diferentes partes de suas células simultaneamente, disse Beales.
A descoberta
De acordo com outro dos autores, João Ruggiero Neto, do Departamento de Física da Unesp em São José do Rio Preto, a Polybia paulista foi descoberta e descrita pelo professor Mário Palma, da Unesp de Rio Claro.
Os cientistas já haviam estudado a toxina MP1 e sabiam que ela agia contra micróbios causadores de doenças destruindo a membrana das células bacterianas.
Mais tarde, os estudos revelaram que a toxina é promissora para proteger humanos de câncer e tem capacidade para inibir o crescimento de células de tumores de próstata e de bexiga, além de células de leucemias resistentes a várias drogas.
Até agora, no entanto, não se sabia como a MP1 é capaz de destruir seletivamente as células tumorais, sem danificar as células saudáveis.
Desde que descrevemos a toxina do veneno dessa vespa, em 2009, sabíamos que ela contém peptídeos com uma forte propriedade antibacteriana, funcionando como um antibiótico potente.
Mais tarde, pesquisadores coreanos e chineses começaram a fazer trabalhos com esses peptídeos sobre células de câncer e nós fomos estudar sua ação em linfócitos com leucemia, disse Neto ao jornal Estado de S. Paulo.
Futuro
Em estudos futuros, os cientistas planejam alterar a sequência de aminoácidos da MP1 para examinar como a estrutura da toxina se relaciona à sua função, a fim de aprimorar sua seletividade e sua potência para propósitos clínicos.
Segundo Beale, entender o mecanismo de ação dessa toxina vai ajudar na pesquisa científica aplicada clinicamente – para avaliar no futuro o seu potencial para o uso na medicina.
Como ficou demonstrado em laboratório que a toxina é seletiva para células de câncer e não é tóxica para células normais, ela tem potencial para ser segura. No entanto, mais trabalho será necessário para provar isso, afirmou Beale.
Com informações da Exame e Estadão

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