EUA: desculpas ao menino do relógio. Não era bomba

Fotos: AP/Twitter
Nada como um dia após o outro…
O estudante muçulmano que foi interrogado e algemado pela polícia – porque o relógio que construiu foi confundido com uma bomba – foi convidado nesta quarta-feira pelo presidente dos EUA Barack Obama para ir à Casa Branca para participar da noite de astronomia, realizada em outubro, que contará com a presença de astronautas da NASA e outros jovens cientistas.
O ato de Obama é uma forma de se redimir, em nome do pais, pela humilhação que o adolescente Ahmed Mohamed sofreu.
Em sua conta pessoal do Twitter, o presidente americano, parabenizou Mohamed pelas suas habilidades com eletrônica – numa clara reprovação às atitudes da escola e dos policiais de Irving.
“Belo relógio, Ahmed”, escreveu Obama. “Quer trazê-lo para a Casa Branca? Devemos incentivar mais crianças como você a gostar de ciência. Isso é o que faz dos EUA um ótimo lugar”, escreveu o presidente.
Ahmed Mohamed está recebendo amplo apoio na internet. Além do presidente dos EUA, o menino recebeu convites de Mark Zuckerberg, do Facebook, e o Google.
História
O estudante do Texas que frequenta o ensino médio na cidade de Irving, foi retirado da sala de aula algemado e interrogado por policiais, que colheram suas impressões digitais e o mantiveram na delegacia por várias horas.
A polícia disse acreditar que a engenhoca poderia ser uma bomba.
Em entrevista à emissora Dallas Morning News, Mohamed afirmou que queria apenas impressionar professores com a invenção.
Os convites
Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, também convidou o adolescente para uma visita à sede da empresa, na Califórnia. “Ter as habilidades e ambição para construir algo legal como isso deveria gerar aplausos, não prisões”, escreveu Zuckerberg em sua página na rede social.
A conta da Google Science Fair no Twitter também mostrou apoio a Mohamed. “Ei, Ahmed, estamos guardando um lugar para você para a Feira de Ciências do Google que acontece neste fim de semana… Quer vir? Traga seu relógio!”
Já o astronauta canadense Chris Hadfield convidou o jovem cientista para seu programa televisivo sobre ciência. Em sequência, o hotel Four Seasons ofereceu uma quarto gratuito para o texano na filial de Toronto.
Apoio no Twitter
A hashtag #IStandWithAhmed, em apoio ao jovem texano, se tornou o líder dos trendtopics entre os usuários americanos do Twitter nesta quarta-feira, com mais de um milhão de menções.
Uma foto de Mohamed algemado e vestindo uma camisa da NASA foi compartilhada milhares de vezes após o caso ter repercutido na internet.
A família de Mohamed, de origem sudanesa, também criou a conta @IStandWithAhmed no Twitter para agradecer ao apoio.
“Obrigado a todos que apoiaram. Agora podemos nos juntar para acabar com essa desigualdade racial e impedir que isso aconteça novamente”, diz um tweet que traz a foto de um Mohamed sorridente, com a camisa da NASA e fazendo o gesto da vitória com as mãos.
Preconceito
O Conselho de Relações Islâmico-Americanas classificou o caso como discriminatório.
“É claro que se isso tivesse acontecido com um estudante que não se chamasse Ahmed Mohamed e não tivesse pele escura, ele não teria sido forçado a andar algemado em frente aos seus colegas”, afirmou o porta-voz do conselho, Ibrahim Hooper, à agência AFP.
O porta-voz da polícia de Irving, James McLellan, disse que a religião de Mohamed não influenciou o ocorrido.
“Ele não explicou exatamente o que era aquilo e os policiais se sentiram na obrigação de prendê-lo”, declarou McLellan. A polícia afirma que o caso está encerrado.
O menino agradeceu pelo apoio que vem recebendo:
Com informações da FCA/afp/rtr e Terra