HC usa celular para cirurgias no cérebro: 30 vezes mais barato

Uma ideia brasileira, bem barata, está chamando a atenção de vários países: usar celular para monitorar cirurgias no cérebro.
Uma equipe de médicos do Hospital das Clínicas de São Paulo trocou o caro aparelho de endoscopia pela tela de um smartphone tradicional, com excelentes resultados.
Com o telefone acoplado a uma lente e a um endoscópio, os neurocirurgiões fecham aneurismas, removem coágulos e tratam pacientes com hidrocefalia.
Barato
O equipamento tradicional de endoscopia custa de R$ 200 mil a R$ 300 mil.
O celular e o adaptador juntos saem por apenas R$ 6 mil, ou seja, a ideia brasileira é 30 vezes mais barata.
A ideia agora é baratear esse tipo de procedimento e torná-lo acessível em hospitais com menos estrutura, no Brasil e no mundo.
Mais de 150 cirurgias já foram feitas pelos pesquisadores da USP.
A nova técnica virou notícia em países como Polônia, França e Indonésia.
Mais de 20 instituições do Brasil, México, Bolívia e Venezuela já pediram treinamento para utilizar essa nova técnica.
“Com ideias diferentes a gente consegue com certeza diminuir alguns custos e tornar isso muito mais disponível no brasil inteiro”, disse o neurocirurgião Maurício Mandel ao G1.
A iniciativa pioneira no mundo surgiu durante a pesquisa de doutorado de Mandel.
O trabalho foi divulgado no Journal of Neurosurgery, a publicação mais importante da área. O estudo destacou que todos os procedimentos foram bem sucedidos.
Vantagens
Os médicos descobriram vantagens em relação à endoscopia tradicional.
“No equipamento tradicional, você tem que focar a sua atenção no paciente, no campo cirúrgico, mas trocar essa atenção pra tela”, explica Mandel, neurocirurgião do Hospital das Clínicas.
“Você tira duas dúvidas na tela e foca de volta no campo cirúrgico e esse movimento é repetido diversas vezes durante o procedimento…. A tela do celular permite isso, quer dizer, você nunca tira atenção pro campo cirúrgico, isso tornou o procedimento mais fluido, seguro, intuitivo, muito diferente do que era feito antes em neuroendoscopia.”
Com informações do G1